Pais de alunos da Escola Básica do 1.º ciclo de Real, em Braga, denunciaram uma situação de insegurança que se vive naquele estabelecimento de ensino devido à "ação violenta" de uma criança, de sete anos, que "tem protagonizado episódios reiterados de violência física e verbal contra colegas e adultos", nomeadamente professores e funcionários.
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Os encarregados de educação pedem soluções rápidas "para garantir a segurança de todos" e admitem até mudar os filhos de escola no sentido de os proteger.
Nos últimos dias, foi lançado um abaixo-assinado, que será enviado para a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), no qual os pais sublinham a "necessidade de intervenção urgente face a situações de violência" em âmbito escolar e de existir um "enquadramento adequado" para o aluno em causa, que frequenta o 2.º ano da EB 1 de Real.
No documento, a que o JN teve acesso, pode ler-se que, "apesar de estar acompanhado pela CPCJ e de se encontrar medicado e em terapias externas (ocupacional e da fala)", o aluno "tem protagonizado episódios reiterados" de violência física e verbal, "pondo em risco a segurança e o bem-estar de todos". O texto sublinha que "estes episódios são recorrentes desde o ano escolar transato, existindo várias queixas de violência".
"Alguns alunos, vítimas das agressões da criança em causa, solicitaram a transferência para outras escolas da região, pois até à data não existiu nenhuma solução", sublinham os subscritores do abaixo-assinado, que dizem que "não foi tomada nenhuma atitude que proteja as vítimas, tendo as mesmas que sair do meio em que estão adaptadas" para sua proteção.
Foto: Agrupamento de Escolas de Real
Situação agravou-se
De acordo com o relato de uma mãe, que falou ao JN sob anonimato, a situação agravou-se no início deste ano letivo. "Logo ao terceiro dia de aulas, houve agressões durante os intervalos. Há um crescendo de violência que não podemos aceitar, é realmente preciso fazer alguma coisa", afirmou, adiantando que estas situações originaram queixa na PSP.
No abaixo-assinado, os pais pedem à DGEstE que intervenha de forma urgente, "garantindo medidas imediatas de segurança no espaço escolar", defendendo a colocação do aluno em causa "num contexto educativo adequado, onde possa beneficiar dos apoios de que necessita". "Entendemos que todos os alunos têm direito à inclusão, à igualdade e a uma educação de qualidade, mas também à segurança. É, portanto, essencial que sejam implementadas soluções que assegurem tanto o direito da criança em questão a apoios especializados, como a proteção de todos os outros alunos", conclui o documento.
O JN contactou a direção do Agrupamento de Escolas de Real, que disse que "a escola tem conhecimento da situação e, em estreita articulação com outras entidades competentes, está a envidar todos os esforços necessários para a sua resolução".