Criança engoliu apito e não foi assistida no Hospital de Faro por falta de recursos
Um menino de sete anos, que engoliu um apito, não foi assistido no Hospital de Faro por "a Urgência de Pediatria se encontrar encerrada", confirmou ao JN a Direção Clínica desta unidade Hospitalar. Teve de trocar de ambulância e foi transportado para o Hospital de Portimão.
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O Hospital de Faro confirmou ao JN que "a criança foi transportada, pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), diretamente para a Unidade Hospitalar de Portimão, pelo facto da Urgência de Pediatria em Faro se encontrar encerrada".
O INEM admite que, "para otimizar a utilização dos meios de emergência e dado o volume elevado de serviços em Faro, foi decidido o transporte pela ambulância de Portimão, deixando disponível o meio em Faro para outras ocorrências no concelho, o que motivou a transferência de viatura".
Esclarece que "de outra forma, a ambulância de Faro ficaria cerca de duas horas fora da sua área de intervenção". A primeira viatura de emergência médica, justificou ainda, "ficou assim disponível para outras ocorrências no concelho". "Não houve intercorrências a registar e o transporte decorreu sem alterações no estado de saúde da criança", acrescenta.
O acidente aconteceu na última sexta-feira e o INEM refere que, após avaliar o menino, verificou que "não existiam quaisquer sinais de gravidade" e "uma vez que a unidade de referência para urgência de pediatria na região era o Hospital de Portimão, a criança foi direcionada para esta unidade".
Depois, regressou ao Hospital de Faro, unidade hospitalar que confirma que "foi observada, não se tendo identificado qualquer situação patológica". Contudo, "perante a suspeita de ingestão de corpo estranho, foi observada pela especialidade de Otorrinolaringologia no dia seguinte, não se detetando qualquer alteração e teve alta". "Encontrava-se bem em todas as fases do processo assistencial", garante ainda.
Segundo o INEM, "as decisões do CODU foram tomadas para prestar a esta criança os melhores cuidados de saúde e para garantir a disponibilidade de meios de socorro para quem deles necessitasse". "A gestão dos meios de socorro é feita de forma criteriosa, para que não faltem em situações em que são efetivamente necessários", sublinhou.