Não ganharam para o susto três crianças que, na segunda-feira de manhã, foram mordidas por uma cadela vadia no recreio da escola EB 2,3 S. Rosendo, em Santo Tirso. O animal terá respondido a um ataque.
Corpo do artigo
Duarte, de 10 anos, ganhou dois arranhões numa perna e medo a cães; Luís, da mesma idade, teve apenas uma pequena pisadura num braço e Catarina, três anos mais velha, sofreu ferimentos, também ligeiros, junto a um ombro. Foram assistidos pelos Bombeiros Tirsenses, que os transportaram ao Hospital de Santo Tirso, onde lhes fizeram curativos e receitaram, "por precaução", um antibiótico.
Os pais, esses, ganharam uma "preocupação": a "segurança" dos filhos na escola. "Nas reuniões, dizem que há segurança e, afinal, não há. Podia ter sido pior", alerta Marlene Gonçalves, mãe de uma das crianças feridas. O animal, de porte médio/grande, terá entrado nas instalações da escola de S. Rosendo pelo portão de acesso dos carros, o qual, afirma aquela encarregada de educação, "fica aberto até às 8.40 horas". Lá dentro, cativou a atenção de alguns alunos que, na altura, aguardavam a primeira aula do dia.
Ao JN, as crianças contaram que a cadela terá sido, então, pontapeada por outros estudantes da escola, tendo atacado após esse episódio. "Um miúdo deu-lhe um pontapé e ela ficou com raiva", descreveu o pequeno Duarte, afirmando que, depois, a cadela viu-o, correu para ele e mordeu-o numa perna. Já Luís, também no 5.o ano, acabou com um ferimento ligeiro num braço quando tentou afagar o animal. "Ele ouviu dizer que um colega deu um pontapé ao animal e foi fazer-lhe uma festa para acalmá-lo. Como estava má, espetou-lhe os dentes. Mas ele tinha camisolas e, quando chegou ao braço, só arranhou", explicou a mãe, Maria Silva.
Apesar do incidente, as crianças ainda assistiram às primeiras aulas. Só depois contaram aos professores o sucedido. "Viam-se apenas marcas superficiais e as crianças estavam calmas", referiu o comandante dos Tirsenses, Amadeu Silva.
Segundo o veterinário municipal, Jorge Salustio, a cadela "não é perigosa. Os cães abandonados que andam na rua normalmente não são agressivos. Só mordem se se virem apertados. Na escola S. Rosendo, os miúdos devem ter tentado fazer-lhe alguma e ela virou-se a eles", explicou Jorge Salustio. O animal terá sido recolhido.
O JN tentou ouvir a direcção da escola, mas esta remeteu informações para a Direção Regional de Educação do Norte, que também não respondeu em tempo útil.