Eduardo Soares, com 10 anos, e o pai Manuel António, que é padeiro, apanharam juntos cerca de 80 quilos de bolotas para ajudar a reflorestar território de lobos em Paredes de Coura.
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Esta terça-feira, o menino foi com cerca de 60 colegas do agrupamento de escolas local para um baldio, situado entre as freguesias de Insalde e Porreiras, semear carvalhos para restaurar habitats florestais e, com isso, aumentar o efetivo de presas selvagens para alimentar alcateias. O resultado da sementeira só tomará a forma de árvores, quando aqueles alunos já forem adultos, mas entretanto no terreno já começa a notar-se uma nova dinâmica. O objetivo é que, no futuro, “o lobo não tenha tanta necessidade de se alimentar de animais domésticos”.
“Isto é uma visão a médio longo prazo. Até termos aqui um bosque em que possamos estar à sombra das árvores vai demorar, mas temos que começar a fazer alguma coisa. Estas crianças são o futuro, o amanhã”, afirmou Francisco Álvares, investigador do BIOPOLIS/ CIBIO-InBIO, Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, da Universidade do Porto, que integra o projeto LIFE Wild Wolf e hoje também andou com as mãos na terra numa parcela de terreno que “estava coberta de tojo e foi limpa pelos sapadores”. E que foi semeada com “espécies autóctones de origem local, para restaurar os habitats que têm interesse comunitário, nomeadamente os carvalhais”. Carvalhos, mas também sobreiros e azevinhos, foram para a terra em forma de semente ou já em planta, e “há uns meses foi plantada uma área muito maior com dez espécies diferentes”.