Crise nos setores têxtil e do calçado alarmam Guimarães e Vizela. Autarcas querem ouvir Governo
Na sequência dos anúncios de despedimentos e encerramento de fábricas, os autarcas de Guimarães e Vizela querem reunir-se com os ministros da Economia e do Trabalho.
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O autarca de Guimarães, Domingos Bragança, fez saber que solicitou uma reunião de urgência ao ministro da Economia, para discutir a crise nos setores do têxtil e do calçado. Victor Hugo Salgado, o presidente da Câmara de Vizela, um dos concelhos mais afetados pelos despedimentos anunciados, quer reunir-se com a ministra do Trabalho. Recentemente, o Grupo Polopiqué lançou um processo de reestruturação que implica o encerramento de duas empresas, uma delas com a produção situada em Vizela.
A insegurança voltou ao Vale do Ave, com vários grupos a fazerem pedidos para Processos Especiais de Revitalização (PER), por terem dificuldade em cumprir os compromissos assumidos e com a gigante Polopiqué a anunciar que vai reduzir para metade o número de empregados que, atualmente, se situa na ordem dos 800. Em face desta situação, Domingos Bragança revelou que pediu uma reunião, com carácter urgente, ao ministro da Economia, Manuel Castro Almeida. O encontro pedido servirá para "dar conta dos problemas do setor têxtil e do calçado que precisa de medidas de apoio excecionais", referiu Domingos Bragança. "Fala-se de chão de fábrica: quando se fala de uma crise, a prioridade é o chão de fábrica, para dar apoio àquilo que constitui não só o têxtil e o calçado, mas a mecânica, a embalagem e todos os restantes setores", acrescentou o autarca de Guimarães.
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Famílias inteiras podem ir para o desemprego
Vizela é um dos concelhos que já está a sofrer com os despedimentos no Grupo Polopiqué, depois de os trabalhadores da Cottonsmile terem recebido um email da administração a comunicar o encerramento da empresa. O autarca Victor Hugo Salgado avisa que esta é uma situação como já não se verificava há vários anos na região.
"Isto não é um problema só de Vizela, pode ser uma questão regional. Solicitei uma reunião à ministra do Trabalho para percebermos que mecanismos é que podem ser disponibilizados para apoiar não só uma pessoa isolada que vai para o desemprego, porque poderemos estar, em certos casos, a falar de famílias inteiras. Temos de ter alguma sensibilidade para com esta matéria e perceber de que forma é que o Governo nos pode ajudar a resolver este problema".
Recentemente, soube-se que, durante o mês de agosto, além da Polopiqué, empresas dos grupos J.F. Almeida e Mabera- Coelima fizeram pedidos de PER.