Centenas de populares munidos de bandeiras pretas voltaram, este sábado, à rua, em protesto contra o traçado da auto-estrada 32 (A32) a nascente da freguesia da Branca, Albergaria-a-Velha.
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Os populares promoveram duas caravanas de automóveis, que se uniram em frente à Junta da Branca, parando o trânsito no Itinerário Complementar 2 (IC2), durante 10 minutos. Em seguida rumaram ao edifício da Câmara de Albergaria-a-Velha, onde realizaram um segundo buzinão. Foi mais uma tentativa dos habitantes de serem "ouvidos" pelo Governo. Nas bermas da estrada eram visíveis cartazes com "recados".
Joaquim Santos, da Comissão de Acompanhamento (CA) à Construção da A32, vincou que os habitantes estão contra porque "o traçado a nascente vai destruir recursos hídricos, criar uma zona tampão na Zona Industrial, constrói um viaduto em Fradelos que vai emparedar habitações e passa na Estação Arqueológica do Monte de S. Julião. Beneficia um empreendimento turístico que querem fazer em Oliveira de Azeméis".
"As nossas armas são a razão", refere Santos, revelando que "dos cinco parâmetros previstos no estudo de impacto ambiental do traçado a nascente, três foram rejeitados. O traçado a poente era melhor porque para aquela zona estava já previsto um corredor há cerca de 20 anos e o Plano Director Municipal contempla essa possibilidade", diz. A CA vai interpor uma providência cautelar contra a construção do traçado a nascente e pedir à Comissão de Transportes e Comunicações da União Europeia que investigue como foi decidida aquela opção. Quer levar o assunto à Assembleia da República, tendo por isso promovido um abaixo-assinado com 4247 assinaturas.
Os habitantes da Branca dizem-se fartos de auto-estradas. "Temos a A25, A29 e A1 aqui perto, não precisamos de mais", criticou Margarida Santos, moradora da Branca. Belmiro Rodrigues também saiu à rua. "Tenho 80 anos e sempre vivi na Branca. Este traçado vai estragar a freguesia. Vamos até onde for preciso para que não vá avante".