A reabilitação da sede da Cruz Vermelha de Braga obrigou a empréstimo de 1,2 milhões de euros. A instituição quer angariar metade do valor e faz apelo à sociedade.
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As paredes estão quase todas erguidas, as coberturas ganham forma, as fachadas e a escadaria, viradas para a Avenida 31 de Janeiro, mantêm-se intactas. Estas serão as únicas peças de arquitetura que ficarão da antiga sede da Cruz Vermelha de Braga que, em novembro do ano passado, arrancou com obras de reabilitação no edifício. A empreitada deverá estar pronta no próximo verão. Entretanto, os responsáveis desdobram-se em apelos à sociedade civil para ajudar a pagar os custos: 1,2 milhões de euros. O pedido de socorro à sociedade está feito.
A Cruz Vermelha de Braga conta com 14 valências, dando apoio aos grupos mais desprotegidos. Em ano de pandemia, por exemplo, serviu 41 mil refeições e acompanhou 516 pessoas sem-abrigo.
É virado para a entrada principal que Armando Osório, presidente da Cruz Vermelha de Braga, lança os primeiros lamentos. "Obrigaram-nos a manter a fachada e só isso custou mais 250 mil euros. A Câmara de Braga compensou com 40 mil", conta o responsável, enquanto os técnicos da obra confessam que "manter a traça foi um desafio", sobretudo "garantir que não havia risco de colapso".
Depois, acrescenta Nélson Borges, diretor da obra, a cargo da JC Group, a pandemia trouxe novos desafios, que levaram ao atraso na conclusão dos trabalhos, que estava prevista para este ano.
"Temos sentido dificuldade de arranjar subempreiteiros, com preços que se encaixem nos que demos no concurso, mas também na aquisição de materiais, porque tiveram um aumento brutal", justifica o profissional, sublinhando que a carência de mão de obra é outro problema.
Angariar 600 mil euros
Armando Osório reconhece as dificuldades, mas regozija-se com o projeto que está ali a nascer. O edifício vai agora ter espaços para salas de formação, que poderão ser alugadas, gabinetes de atendimento para diversos serviços de apoio humanitário, salas de trabalho para os colaboradores, gestores e administração, assim como uma cave para albergar balneários e cerca de uma dezena de ambulâncias e 21 carros de serviço, nomeadamente de apoio ao domicílio.
"Um fato feito à medida", classifica o responsável da instituição, que já angariou cerca de 300 mil euros para fazer face ao custo da obra. O ideal, diz, "seria chegar aos 600 mil euros", metade do valor do empréstimo que foi pedido ao banco.
"Não queremos que o pagamento desta obra prejudique o trabalho social que fazemos todos os dias. Era importante diminuir o esforço financeiro", sublinha Armando Osório, revelando que o nome dos grandes beneméritos, cidadãos ou empresas, ficarão cravados em dois painéis. Os donativos podem ser feitos através do IBAN (PT50 00330000452442875390) ou por MBWay (911100111).
Entretanto, a instituição vai avançar com uma ação de recolha de fundos, através de um jantar, no próximo dia 20 de novembro, apadrinhada pela Associação Empresarial do Minho. São esperadas, pelo menos, 400 pessoas.