A Cruz Vermelha de Braga espera atrair 500 pessoas para um jantar solidário que vai decorrer no Altice Forum Braga, a 19 de dezembro. Com o apoio da Associação Empresarial do Minho, a iniciativa tem como objetivo angariar verbas para manter em funcionamento o Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM).
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"Esperamos ter 50 mesas na grande nave", afirmou o presidente da organização, Armando Osório, adiantando que a 9ª edição do jantar humanitário vai refletir sobre "as migrações", uma área a que dão resposta há 19 anos, através do CLAIM, que está prestes a perder o financiamento comunitário.
"Queremos dar visibilidade a este trabalho", sublinhou o adjunto da direção, David Rodrigues, revelando que, desde 2003, a instituição já fez 11 mil atendimentos de pessoas provenientes de 45 nacionalidades. Só este ano, 442 cidadãos estrangeiros passaram pelo CLAIM, num total de 721 atendimentos.
Segundo David Rodrigues, 50% das pessoas que pedem apoio para tratar de questões de legalização, burocracias ou repatriamentos são oriundas do Brasil. A maior procura vem, depois, de ucranianos e cidadãos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
Na apresentação do jantar humanitário à imprensa, Ricardo Costa, presidente da Associação Empresarial do Minho, admitiu que "as empresas precisam de talento e não há outra opção do que a de trazer pessoas de outras geografias".
O empresário de Braga alertou, contudo, que as próprias empresas e autarquias devem "garantir condições" para estes trabalhadores, como alojamento. "As empresas precisam de ter cuidado com a integração destas pessoas", reforçou Ricardo Costa.
Para assinalar a temática, a Cruz Vermelha de Braga convidou a Orquestra ANIM, composta por músicos refugiados do Afeganistão, para animar o evento. "Crianças que vivem em barracas vão fazer um espetáculo de dança, no âmbito do Cultura para Todos", acrescentou David Rodrigues.
A iniciativa prevê, ainda, uma atuação do Vox Luminis, dedicada à cultura ucraniana.
Recorde-se que, atualmente, a Cruz Vermelha de Braga tem a decorrer as obras de reabilitação da sede, na Avenida 31 de janeiro. A organização estima um investimento de 1,5 milhões de euros, que está a ser pago com recurso a um crédito bancário.