Vidas como a de Adriana Martins, que, há três anos, teve de deixar de trabalhar para tratar do filho 24 horas por dia, que nasceu com síndrome de Dravet inspiraram o projeto "Cuidar Maior", que funciona no Centro Social de Requião, em Famalicão. A instituição apoia 186 famílias de todo o concelho e deverá chegar às 272 até março do próximo ano.
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A vida de Adriana Martins e do marido, Edgar, mudou quando, há três anos, João nasceu com síndrome de Dravet. A mãe teve de deixar de trabalhar para cuidar do filho 24 horas por dia. Mais recentemente, em abril, passou a ser apoiada pelo "Cuidar Maior", do Centro Social de Requião, em Famalicão.
Quando Adriana ouviu falar do projeto de intervenção individualizada e personalizada na prevenção e intervenção precoce no combate ao "burnout" dos cuidadores informais não perdeu tempo e contactou os responsáveis. Entretanto, já teve apoio psicológico mas também acesso a informação e ajuda para requerer os apoios a que tem direito e o estatuto de cuidador informal.
Ancorado no Centro Social e Paroquial de Requião, o "Cuidar Maior" começou em 2020, com a aprovação da candidatura ao prémio de uma fundação. A intervenção foi restrita aos cuidadores informais de meia dúzia de freguesias. Entretanto, conseguiu expandir-se e funciona com financiamento do "Portugal Inovação Social", que conta com cerca de 161 mil euros de verbas públicas e cerca de 48 mil de financiamento privado oriundo de empresas da região.
Gostei muito de todos os técnicos que têm sempre um pensamento positivo
"É um projeto de proximidade, somos nós que nos deslocamos ao território ou à casa dos cuidadores", nota Helena Correia, coordenadora destacando a importância da colaboração das instituições sociais, juntas de freguesia e câmara
Além do apoio técnico e mais burocrático a equipa faz também o descanso do cuidador no domicílio, quando pedido. Rosa Santos, que trata da sogra todos os dias, 24 horas por dia, já usufruiu dessa e de outras ajudas que o "Cuidar Maior" lhe disponibilizou.
"Gostei muito de todos os técnicos que têm sempre um pensamento positivo. Ajudam-me muito não só a nível psicológico mas também com informação sobre apoios e documentos necessários para os pedir", revela. Por outro lado, a sogra já ficou aos cuidados dos profissionais para que pudesse sair.
"Temos tido muita recetividade, somos uma lufada de ar fresco, estamos cá para ajudar e suprir com as necessidades", remata a coordenadora.