Um curto-circuito pode ter sido o motivo que levou à morte de uma mulher, na manhã desta terça-feira, em Melres, Gondomar. Ana Azevedo Silva, de 72 anos, vivia sozinha na sua casa, na Rua da Praia, a escassos metros do campo de futebol. Quando chegaram ao local, os bombeiros já não viram chamas, mas havia indícios de que alguma coisa tinha ardido. Ana estava na cozinha, em paragem cardiorrespiratória, e não sobreviveu.
Corpo do artigo
O alerta soou pelas 10 horas e rapidamente os vizinhos Bombeiros Voluntários de Melres responderam ao pedido de socorro. Tiveram de entrar por uma janela e encontraram a vítima tombada na cozinha. Tentou-se a reanimação, sem sucesso, e o óbito acabou por ser declarado no local por uma equipa do INEM.
O comandante da corporação, Joel Castro, disse ao JN que, apesar de não terem visto chamas quando chegaram à casa, os bombeiros aperceberam-se de "marcas que poderão indicar que alguma coisa ardeu, algum eletrodoméstico, provavelmente". Os gases e os fumos resultantes desse pequeno foco de incêndio, que teve como causa provável um curto-circuito, terão sido fatais para Ana Azevedo Silva.
Foi precisamente o cheiro a queimado que chamou a atenção dos vizinhos e dos familiares mais próximos. Jorge Vieira, que explora uma oficina de motas mesmo ao lado, contou-nos que a vítima terá tentado abrir uma janela para fazer circular o ar na casa. Mas em vão.
Ainda segundo os relatos da vizinhança, Ana tinha sofrido um acidente, há sensivelmente 20 anos, que a deixou bastante debilitada na altura. Jorge Vieira disse que os irmãos tentaram por várias vezes convencê-la a deixar aquela casa. "A família não queria que ela vivesse sozinha, mas ela queria o seu canto. A irmã vinha aqui todos os dias trazer-lhe coisas", acrescentou.
Conhecida no meio como Ana da Garagem (por o pai ter trabalhado numas oficinas ali perto), a vítima gostava de futebol e costumava assistir aos jogos do Melres. E era muito acarinhada lá no clube. "Não pagava bilhete nem nada", recordou outro vizinho.
Além dos Bombeiros Voluntários de Melres e do INEM, estiveram envolvidas nas operações de socorro a GNR de Medas e a Polícia Municipal. A Polícia Judiciária está a investigar o caso.