Estrutura não está terminada, mas já sofreu uma derrapagem de cerca de 40%. Projeto inicial nem iluminação incluía.
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O futuro Estádio Municipal de Espinho deverá ultrapassar em cerca de 40% o valor da adjudicação. A estrutura desportiva, que leva quatro meses de atraso e não tem plano de execução, pode custar oito milhões de euros aos cofres da Autarquia.
De acordo com as contas apresentadas, anteontem, pelo novo executivo socialista, numa sessão pública para balanço do primeiro mês de governação, o Estádio Municipal de Espinho vai necessitar de mais dinheiro para ficar concluído, e não foram previstos encargos financeiros com alguns equipamentos imprescindíveis, como iluminação.
Após sucessivos adiamentos, a obra foi adjudicada em julho de 2020, por 4,47 milhões de euros, mais IVA, depois da aprovação do contrato pelo Tribunal de Contas. Contudo, o atual executivo, liderado por Miguel Reis, fez saber que a estrutura desportiva "não tem plano de execução" e há já necessidade dos primeiros trabalhos adicionais, estimados em cerca de 400 mil euros.
mais dinheiro
Àquela verba soma-se ainda a estimativa do empreiteiro, que aponta para a necessidade de um valor adicional para concluir o estádio, que poderá chegar a 1,5 milhões. Verba à qual deverão ser somados entre 800 mil e um milhão de euros para o sistema de iluminação do recinto desportivo. A construção tem-se deparado com algumas vicissitudes, entre elas um extenso lençol de água, cuja solução técnica estará já "alinhavada". Contas feitas, o executivo diz que o custo total do estádio "pode ascender a 7 ou 8 milhões de euros, pagos pelo município.
Aquando do anúncio da adjudicação, pelo anterior executivo social-democrata, o PS tinha vindo a público demonstrar a sua discordância pelos valores anunciados para a obra.
Em julho, em plena crise pandémica, a Concelhia referia que era "inconcebível" que a Câmara desse prioridade "a um investimento de cerca de seis milhões de euros num estádio de futebol que vai entregar a um clube, enquanto as famílias espinhenses passam graves dificuldades financeiras".
O então presidente, Pinto Moreira, justificava que o estádio "é mais do que merecido por uma cidade que sempre viveu o desporto de forma apaixonada por uma juventude que precisa de melhores condições para o seu desenvolvimento desportivo".