É uma luta da qual André Gomes da Costa promete não desistir enquanto não se fizer justiça. No final de julho, a cadela pastora alemã Blondie, que estava na família há três anos, morreu por envenenamento. A indignação de André é ainda maior porque este animal tinha uma função especial. "Era a companhia da minha filha, que fez há dias seis anos, e que tem 85% de incapacidade devido ao autismo", explicou, ao JN.
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Esta família mudou-se há anos para a freguesia de Zimão, em Vila Pouca de Aguiar, para poder ter uma casa onde pudesse ter os animais à vontade, com espaço, e em segurança. "A Blondie era fundamental para o desenvolvimento da minha filha. Quando a menina estava com a cadela sentia-se tranquila, brincava, era a companhia dela. A cadela não a largava o dia todo", recorda André Gomes da Costa.
No final de julho, "alguém atirou veneno para dentro da minha propriedade e a cadela morreu", diz, indignado. "Quando vim para cá viver vedei o terreno todo, não estava ninguém em perigo na vizinhança. Foi uma crueldade". A cadela era a fiel amiga da filha, desde os dois anos de idade, e agora a menina ainda tenta perceber o que se passou. "Ela não percebe porque é que a amiga dela desapareceu de repente. É muito triste mas não vou parar enquanto não se responsabilizar quem fez isto", sublinha.
André fez queixa na GNR de Vila Real, no SEPNA, no Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, na Junta de Freguesia e na Câmara Municipal e agora é o Ministério Público quem investiga o caso. "Em Portugal, especialmente no interior, há um genocídio de animais e as autoridades fecham os olhos. Este caso vai ser diferente porque eu não vou descansar. Não se faz o que fizeram à cadela e à minha filha".
Este caso já chegou à Assembleia da República, através de um requerimento do PAN, e há uma petição on-line com mais de três mil assinaturas e um grupo no Facebook com mais de 4 mil aderentes. "Se houver alguém que me diga quem matou a Blondie, e se isso de vier a comprovar, dou uma recompensa de cinco mil euros", assumiu André Gomes da Costa.
Entretanto, a família já adquiriu uma outra pastora alemã para a menina mas "não é a mesma coisa. Ainda está a aprender e não tem para já o mesmo efeito na minha filha que a Blondie tinha", concluiu o pai desolado.