De pequenino se torce o pepino. O provérbio assenta que nem uma luva à aula de inglês que decorreu ontem na Biblioteca Municipal de Odivelas. Os alunos mais novos eram bebés de colo e os mais velhos, com 6 anos, ainda nem sabiam escrever em português.
A sala a meia-luz e o confortável tapete de borracha colorida prometiam cumprir a descrição feita na divulgação da sessão: "ambiente acolhedor e motivador com actividades que estimulam a aprendizagem e a utilização natural da língua".
Chegados ao local, pais e crianças descalçam-se e começam as apresentações, após o que a professora Alexandra Valério, sempre a falar num inglês simples, começa a aula propriamente dita. Tira desenhos com seis animais e, ajudada por um pequeno gravador, ensina a primeira música aos pais e crianças.
Seguem-se os números. A professora pega num pequeno monte de peças coloridas de madeira e incentiva cada criança, à vez, a colocá-las dentro de uma pequena cesta enquanto conta: "one, two, three".
Durante cerca de meia hora, sucedem-se os pequenos jogos e músicas nas quais é pedido aos pais que ajudem os filhos a cumprir aquilo que vai sendo pedido.
Segundo Sofia Quaresma, dirigente da franchise da Helen Doron, a empresa que desenvolveu esta metodologia de leccionar a língua inglesa, esta primeira aula, dirigida a crianças até aos 18 meses, limita-se à "estimulação psíquica, emocional, relacional e física" dos bebés. "Ensinamos apenas a música da língua, não as palavras", explica a responsável.
A aula dos 18 meses aos seis anos já envolve o ensino de palavras. "A aprendizagem precoce do idioma tem resultados que nos são comprovados por 25 anos de experiência deste método", diz Sofia Quaresma.
Aprender inglês cedo é precisamente o que Sofia Monteiro, 33 anos, quer que a filha Sara, 18 meses, faça. "Às vezes na brincadeira falamos inglês em casa. Mas acho melhor que comecem logo, porque é uma língua que dá para tudo", conclui a mãe, economistade profissão.
