Estava apontada para esta quinta-feira, mas a decisão sobre a dupla utilização da ponte do TGV, que ligará o Porto e Gaia, já não será conhecida até ao final do ano. A deliberação está pendente da avaliação do júri das propostas apresentadas para a travessia D. António Francisco dos Santos, cujo relatório deverá ser conhecido em janeiro. Isto porque, ambas as pontes deverão ser "compatibilizadas".
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Previa-se que os presidentes da Câmara do Porto e de Gaia, Rui Moreira e Eduardo Vítor Rodrigues, anunciassem esta quinta-feira uma decisão sobre a dupla utilização da ponte do comboio de alta velocidade (TGV), entre o Porto e Gaia. Mas essa escolha será tomada mediante a avaliação das propostas apresentadas no âmbito do concurso público para a travessia D. António Francisco dos Santos, que deverá ser conhecida em janeiro. Só depois será tomada a decisão sobre se a ponte do TGV absorverá a travessia rodoviária.
A travessia do TGV deverá ser construída junto à ponte ferroviária de São João. Na apresentação do projeto para a linha de comboio de alta velocidade até Lisboa, a Infraestruturas de Portugal (IP) garantiu a viabilidade da inserção do tabuleiro rodoviário na nova infraestrutura.
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Para a ligação rodoviária, à cota baixa, entre Oliveira do Douro, Gaia, e Campanhã, no Porto, foram apresentadas seis propostas "e o júri está a fazer a avaliação". "É uma decisão técnica. Lançamos um concurso público. Não nos podemos sobrepor à decisão de um júri independente", acrescenta Rui Moreira, não ignorando que "a alta velocidade introduz um novo fator que não deixará de pesar nas decisões que forem tomadas". "Em função" do relatório do júri, os autarcas do Porto e de Gaia "determinarão aquilo que será o futuro", sendo certo que "é necessário compatibilizar essa travessia com a da alta velocidade".
O autarca falou aos jornalistas à margem de um almoço de Natal com os homólogos de Gaia e Matosinhos.
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"Aquilo que verificamos e assinalamos com agrado é que a Infraestruturas de Portugal (IP) e o ministro Pedro Nuno Santos compreendem que as duas travessias devem ser compatibilizadas", clarifica Rui Moreira. Quanto a eventuais indemnizações às empresas que já apresentaram propostas, o presidente da Câmara do Porto diz não saber "sequer se algum concorrente concorre dentro do preço" anunciado, nem se todos cumprem as condições impostas pelo caderno de encargos (sendo o incumprimento um motivo para que sejam excluídas). "Confesso que não posso pronunciar-me sobre isso. Até agora, não falamos nem podemos falar com o júri", reforça. O preço base do concurso é de 38,5 milhões de euros.
"Podem ser duas pontes: uma à cota baixa e uma à cota alta. Aquilo que a IP veio dizer, e nós compreendemos, e parece ser do interesse público, é que, se os municípios entenderem como conveniente olhar para isto em conjunto, a IP está disponível", conclui.
Moreira mais " mais tranquilo" sobre a ponte do metro
"Aquilo que nos preocupa com a ponte do metro, mas sobre a qual estamos mais tranquilos do que há uns meses, é a inserção da travessia na malha urbana dos dois lados", recorda o presidente da Câmara do Porto. O autarca acrescenta que, o facto de os arquitetos Álvaro Siza e Eduardo Souto Moura estarem envolvidos, o tranquiliza.
No que toca às obras da futura linha Rosa do metro do Porto, Rui Moreira afirma estar a par dos atrasos dos trabalhos, mas recorda que o cronograma indicado aponta o final da obra "para dezembro de 2024, de tal maneira que esteja a funcionar em janeiro de 2025". "O que nós esperamos é que não haja derrapagens", admite o autarca.