Fátima Araújo, 62 anos, está desaparecida desde o dia 23 de novembro. Foi vista pela última vez depois de sair de um autocarro da Carris, de madrugada, na zona do Saldanha, em Lisboa, quando supostamente se deslocaria para o trabalho. "Já faz 13 dias e estamos desesperados", diz sobrinho.
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Fátima Araújo, moradora no Lumiar, Lisboa, deslocava-se todas as semanas de autocarro para fazer trabalhos de limpeza num escritório de advogados e em casas particulares. No passado dia 23 de novembro, terá saído de casa um pouco mais cedo que o habitual e não voltou a ser vista.
"Foi vista pela última vez por uma conhecida dela porque iam no mesmo autocarro da Carris, o 798, e saíram na mesma paragem, na Praça Duque D´Ávila, no Saldanha. Segundo essa senhora, ela tropeçou à saída do autocarro, caiu no passeio e bateu com a cabeça com bastante força, mas não quis ir ao hospital", conta o sobrinho de Fátima, Gabriel Oliveira.
Segundo o familiar, a tia deslocou-se em direção a Picoas, o que não seria habitual, uma vez que trabalha na zona de Entrecampos. "Talvez quisesse ir à loja do cidadão porque já andava a dizer que precisava de ir lá, mas estranhamos ser tão cedo, por volta das 6.00 horas. Áquela hora ainda há muito pouco movimento naquela zona", explica.
O sobrinho diz ainda que a desaparecida era "autónoma e independente, muito bem-disposta, querida e respeitada nos locais de trabalho". "Quando chegava atrasada avisava os patrões", conta, acrescentando que tinha epilepsia, doença para a qual tomava medicação. "Estava controlada, não tinha episódios há muitos anos. Tememos é que por causa da queda ande desorientada e perdida pelas ruas".
Fátima Araújo vivia com o marido, com deficiência mental, e era a sua cuidadora há vários anos. "Jamais o iria deixar sozinho em casa, sempre foi muito cuidadosa com ele. Até descobrirmos o desaparecimento, o meu tio esteve em casa sozinho três dias, já nem tinha quase comida no frigorífico", relata.
A família está desesperada e lamenta a falta de respostas da polícia. "Já procuramos por ela em várias zonas da cidade. Até hoje não sabemos o que a polícia fez, não nos dá informações e estamos neste desespero. Nem sabemos se fez levantamento das imagens da via pública naquela zona", lamenta o sobrinho, acrescentando que alguns sem-abrigo terão dito que a viram, mas não sabem se a informação será verdadeira.