<p>A Câmara Municipal de Óbidos apresentou ontem a nova empresa de inserção social, com o objectivo de revitalizar profissões em desuso, como o caiador, colocando desempregados de longa duração a pintar as casas típicas desta vila medieval.</p>
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"Vamos desenvolver artes tradicionais, como o caiador ou o calceteiro, que nos interessa recuperar e os serviços a prestar à comunidade são precisamente a caiação", explicou ontem à agência Lusa o presidente da Câmara de Óbidos, Telmo Faria.
Procurando dar uma resposta social, esta empresa de inserção pretende ser por isso uma "ajuda para quem não consegue encontrar trabalho de uma forma fácil", segundo o autarca. Paralelamente, vai gerar receitas através dos serviços prestados aos munícipes.
A funcionar há um mês, o projecto engloba cinco trabalhadores, todos eles com necessidades especiais, beneficiários do rendimento social de inserção ou desempregados de longa duração, alguns das quais estavam já sinalizadas nos programas de acção social do município.
Em plena idade activa e com um contrato assinado para os próximos dois anos, os assalariados vão assegurar tarefas ligadas à conservação e manutenção de espaços verdes, recuperação do património e do mobiliário urbano, nos quais se inclui a caiação das casas, de modo a manter a imagem história da vila e a preservação dos espaços.
"Adoptámos uma estratégia de oferecer a cal a todos os munícipes para não terem o pretexto de não fazer e, como tinham problemas do lado da mão-de-obra, a empresa de inserção vai prestar esse serviço", disse Telmo Faria, que continua a acreditar que a existência de casas bem conservadas continua a ser um dos "cartões-de-visita" da vila medieval.
A empresa resulta de uma parceria entre a empresa municipal Óbidos Requalifica e o Instituto de Emprego e Formação de Profissional (IEFP). Poderá ainda vir a ser alargada a mais trabalhadores, caso o protocolo assinado para os próximos sete anos venha a ser alterado.
Apesar de ser um projecto financiado pelo IEFP, o investimento da Câmara Municipal de Óbidos no projecto ronda os 500 mil euros.