<p>O comandante do Destacamento de Controle Costeiro da GNR da Figueira da Foz classificou ontem de "indústria criminosa" a actividade de pesca ilegal de meixão - enguia em estado larvar - no rio Mondego. </p>
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"É uma actividade que é uma verdadeira indústria criminosa, porque é um crime ambiental que está a praticar-se", disse, à agência Lusa, o major Jorge Caseiro.
O oficial da Guarda frisou que os pescadores de meixão - sete dos quais detidos, sexta-feira, numa operação da Unidade de Controle Costeiro (UCC/GNR) - "actuam de forma concertada", dispondo de "todos os meios", desde a produção das redes à posse das embarcações necessárias à pesca ilegal.
"Estamos a falar de centenas de metros de rede necessárias para fazer uma rede destas", explicou. Ontem, mais de 20 elementos da UCC/GNR, três embarcações e quatro viaturas, procederam à remoção das redes detectadas no rio Mondego, alguns quilómetros a montante da Figueira da Foz, operação acompanhada pela reportagem da Lusa.
No rio, as embarcações detectam o local da rede e passam um cabo para terra, para que as viaturas a puxem, permitindo retirá-la das águas. "É uma operação que não conseguimos fazer a partir do rio. São redes com grande peso, completamente molhadas e que trazem agarradas todos a espécie de organismos", sublinhou o major Caseiro.
Ora da margem direita, ora da esquerda, conforme existam acessos para as viaturas, as redes são puxadas para terra, esticadas, libertadas de objectos como bóias e outros, e, por fim, transportadas para o local de armazenamento. O trabalho da Unidade de Controle Costeiro da GNR não se esgota, no entanto, na remoção das redes: o meixão e outro peixe encontrado é também retirado para ser, mais tarde, devolvido ao rio.
Para além dos sete detidos, com idades entre os 30 e 50 anos, a operação de combate à pesca ilegal junto à Figueira da Foz resultou na apreensão de cerca de 27 quilos de meixão.
A investigação resultou ainda na apreensão de cinco embarcações a motor, dois automóveis, uma moto-quatro e 22 redes.
Foram também apreendidas máquinas de costura e crivos de várias dimensões, uma espécie de peneiras, usadas para separar o meixão dos limos e outros peixes.
Segundo a UCC/GNR, a totalidade do material apreendido está orçado em cerca de 66 mil euros.
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