Um motociclista, participante na concentração motard de Faro, morreu, na segunda-feira, num despiste num troço da Estrada Nacional (EN) 125, em Loulé. A única testemunha fugiu do local depois de dar informações erradas ao 112. O corpo só foi encontrado quase quatro horas depois por um popular.
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Morte imediata ou por falta de assistência é uma resposta que só a autópsia poderá dar aos militares do Núcleo de Investigação Criminal de Acidentes de Viação (NICAV) da GNR. Estão a tentar localizar o autor da chamada, que não se identificou.
A vítima, Hernâni Costa Gonçalves, tinha 32 anos e era natural de São Bartolomeu de Via Glória, em Mértola, no Alentejo. Tinha no braço a pulseira de participante do Concentração Internacional de Motos de Faro, que decorreu entre quinta-feira e domingo de manhã. Permaneceu mais algumas horas no Algarve e estaria de regresso a casa depois de um jantar de despedida com um grupo de motociclistas, do qual faria parte o homem que o acompanhava no momento do despiste e que não lhe prestou auxílio.
Quando ligou para o 112, às três da manhã, a testemunha deu indicações erradas, que fizeram as autoridades "andar às aranhas", sem conseguirem encontrar quaisquer vestígios do acidente.
O homem informou que o sinistro tinha ocorrido na zona da Goncinha, para onde a GNR enviou uma patrulha que bateu toda aquela zona, sem sucesso.
O local exato do despiste era, afinal, a cerca de um quilómetro dali, no sítio do Esteval.
Como vítima e moto caíram num buraco numa estrada paralela à principal, em construção e de acesso vedado, era impossível à patrulha ou a automobilistas detetá-los. Isso só aconteceu quando um popular ali passou por volta das 6 da manhã e viu os destroços da moto.
As obras naquela que será a futura variante de Loulé a Faro da EN 125 estão paradas há mais de quatro meses por falta de verbas, à semelhança de outras obras no Algarve. No local foi deixado um buraco com cerca de quatro metros de profundidade e 25 de largura, o que tem provocado protestos por parte dos moradores do Esteval, que alertam para o perigo.
"Existe uma vedação, mas de nada serve. O caminho é utilizado como corta-mato por carros, motos, bicicletas e peões. Já houve quedas, embora sem gravidade", contou, ao JN, Madalena Martins, uma moradora que subscreveu um abaixo-assinado enviado à autarquia a exigir que o buraco seja tapado.