O supercomputador Deucalion, que esteve apontado ao Avepark, fica definitivamente na Universidade do Minho.
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O primeiro-ministro, António Costa, inaugurou, esta quarta-feira, na Universidade do Minho, em Guimarães, o supercomputador Deucalion, integrado na rede EuroHPC (Empresa Comum Europeia para a Computação de Alto Desempenho). O equipamento ficará, a partir de agora, disponível para investigadores e empresas, através de concursos lançados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Inicialmente, a instalação do Deucalion estava prevista para o Avepark, todavia, por questões de agilidade acabou por ser montado na UMinho, onde, segundo o reitor, Rui Vieira de Castro, “deve ficar”.
O primeiro-ministro defende que “há 20 anos, nem que o Deucalion existisse, Portugal não tinha o potencial humano para o acolher”. António Costa lembrou os presentes na inauguração que “hoje 50% dos jovens portugueses estão a frequentar o ensino superior” e classificou esta mudança como “uma revolução silenciosa que nos permite dar o salto”. António Costa afirma que Portugal falhou outras transições tecnológicas e que “esse é o maior déficit que acumulamos”.
O projeto Deucalion foi criado em conjunto pela FCT e a EuroHPC, num investimento de 20 milhões de euros. Thomas Skordas, representante da Comissão Europeia, lembrou que a supercomputação “é fundamental para a transição digital” e que a Europa “espera ter a mais poderosa rede do mundo nos próximos dois anos”.
Sem energia limpa
A mudança do local de instalação do supercomputador “deveu-se à lentidão do processo”, explica Rui Vieira de Castro. “Estávamos a ser pressionados pelas instituições”, acrescenta. Segundo o reitor, “o espaço onde agora está instalado o Deucalion tem todas as condições, embora tenha a limitação de falta de espaço para colocação de equipamentos de produção de energia limpa”.
Do projeto de instalação no Avepark - uma parceria entre a UMinho, a FCT e a Câmara de Guimarães - constava, não só o edifício para o supercomputador, mas também um terreno com capacidade para a instalação de uma central fotovoltaica. No campus de Azurém, esta solução não é possível, pelo que, pelo menos para já, o Deucalion está a trabalhar com energia da rede. “Temos uma equipa que está a pensar em soluções, mas quero que sejam para a universidade e não só para o computador e o espaço verde do campus não pode ser colocado em causa”, afirma o reitor.
Números
7
dias é o tempo que levaria, se todos os habitantes da terra fizessem um cálculo por segundo, para fazer o trabalho que o Deucalion faz em um segundo.