Dezenas de famílias da Trofa ainda dependem da água do poço. "No verão, era rezar"

É uma visão irrealista: Lucinda arrasta metros e metros da enorme mangueira desde o fundo do logradouro e liga-a ao tubo que trepa até ao topo da casa, onde as telhas encobrem um pequeno depósito de água que há de abastecer o lar que divide com o marido e o filho.

Moram os três em S. Mamede do Coronado, no sul da Trofa e a pouco mais de 20 minutos do Porto, mas aqui ainda há núcleos habitacionais onde a água da rede pública não chega e o abastecimento das casas é assegurado por fontanários geridos pela junta de freguesia. São 43 pessoas afetadas, num total de 16 famílias a viver na Rua das Agrinhas e na Calçada de Ilídio Cacau, no lugar de Trinaterra, mas a Câmara assegura que “os arruamentos já estão referenciados e em estudo” no âmbito do alargamento da rede de água. A concessionária Indaqua, porém, nada refere sobre as duas artérias, em torno das quais já há rede de abastecimento.