Dezenas de utentes do Estádio Universitário de Lisboa protestaram este domingo, naquelas instalações, contra o eventual encerramento da instituição por o Estado ter cativado verbas e terem sido suspensas as novas inscrições e renovações dos utentes.
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Os manifestantes, que tinham anunciado em comunicado esperar mais de quatro mil pessoas no protesto deste domingo, ficaram desapontados com a adesão que, cerca das 17.30 horas, não chegava a uma centena de pessoas.
"Deve ter sido por causa do calor que veio menos gente", afirmou à Lusa Sidónio Caetano, um atleta do Benfica que, em 1968, foi campeão de juvenis e que há mais de quarenta anos pratica desporto no Estádio Universitário.
"Fiquei estupefacto com a possibilidade de o estádio encerrar. Temos um grupo de atletas que se junta todos os dias aqui, depois do trabalho. Lisboa não tem muitos sítios para desporto como este, até porque este é muito central e muito antigo", acrescentou.
A ideia inicial do protesto era a de fazer um piquenique, mas apenas dois grupos de utentes foram preparados, com toalhas e comida, para concretizar o pedido feito aos utentes em protesto.
"Vamos perder o contacto com colegas de muitos anos se o estádio encerrar", disse Domingos Costa, que há 35 anos pratica com amigos atletismo naquele estádio.
Praticante de natação e ginásio, Dina Medeiros deslocou-se este domingo ao estádio para protestar contra o seu eventual encerramento, que considera "uma grande perda" não só para os praticantes de desporto mas para a própria cidade.
"O estádio é já um símbolo da cidade, as pessoas gostam deste local central, a piscina é olímpica, com boas condições, e as pessoas vêm aqui há muitos anos e têm cá amigos. é inacreditável que possa encerrar", afirmou Dina Medeiros.
O eventual encerramento do estádio foi confirmado pelo presidente do Estádio Universitário de Lisboa (EUL), João Roquette, depois de terem sido cativados pelo anterior governo 515 mil euros de receitas próprias do EUL, uma medida que pode obrigar ao encerramento da instituição a partir de Setembro.
João Roquette explicou que, depois desta cativação, o EUL teve de suspender o período de renovações e novas inscrições para o Estádio Universitário, que todos os anos são feitas em Maio.
