No mesmo dia em que se registaram em Portugal mais de dez mil novos casos de covid-19 e em que morreram 118 pessoas, dezenas de pessoas estiveram em convívio, na passada sexta-feira, sem respeitar normas de segurança como o distanciamento social e uso de máscara, no Adega Sports Bar, em plena Baixa do Porto.
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"Dei por mim que havia um terceiro andar, onde uma festa clandestina decorria. O meu mundo parou, a realidade para que todos nós cumpridores, e para controlo da pandemia, foi arrebatada. Vi mais de uma centena de pessoas e ninguém com máscara, ninguém com distanciamento físico", refere Miguel Marques-Pinto, dirigente do PSD, que ao bar se tinha dirigido para assistir, na sala do primeiro andar, a um jogo de futebol pela televisão.
"Sentia-me bem, sentia-me seguro, embora duas pessoas tenham circulado por mim sem máscara, foram advertidas por mim e também pelo segurança para que isso não acontecesse", conta o presidente de mesa do Núcleo Litoral do Porto do PSD. O sentimento, no entanto, mudou quando Miguel Marques-Pinto subiu ao segundo andar para ir à casa de banho.
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"Deparei-me com uma realidade antónima de onde estava. Aí circulava-se sem máscara, fumava-se onde se queria, grupos de mais de dez pessoas falavam sem medidas de precaução como se o país nesse dia não tivesse batido um novo recorde de mais de dez mil novos casos covid-19", recorda, sublinhando que nessa noite "não havia consciencialização, empatia nem fiscalização". A situação, registada em vídeo, seria bem pior no terceiro andar com a tal "festa privada", com inúmeros jovens a confraternizar sem máscaras.
Festa de alunos Erasmus
Esta não é a primeira vez que o Adega Sports Bar surge associado a uma festa realizada durante a pandemia. Já no início de outubro, o espaço de diversão era apontado como possível foco de infeção de estudantes Erasmus que terão estado ali em convívio.
"Temos a casa aberta, com as nossas restrições, mas as pessoas não respeitam as normas. Aliás, quando chegou esse grupo, pedimos que fossem para o piso de cima, que é uma zona mais arejada e com menos pessoas, porque sabíamos que se ia tornar difícil controlá-los", explicou na altura ao JN João Ferreira, sócio-gerente, adiantando ainda que os funcionários foram testados e nenhum deu positivo.
Este domingo, o JN falou com Mónica Edmar, que afirmou que "o bar não realiza festas" e alegou que "as imagens serão antigas".