Dois surfistas tiveram que ser transportados ao hospital, este sábado, com um braço partido e outro com costelas fraturadas, e um terceiro foi assistido no areal.
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As previsões apontavam para que este sábado fosse dia de ondas gigantes, na praia da Nazaré. E estavam certas. Por isso, muitos surfistas entraram no mar à procura de bater o recorde da maior onda surfada. Mas três deles acabaram por sofrer acidentes. Segundo informação prestada, ao JN, por José Zeferino Henriques, comandante da Capitania da Nazaré, "dois foram evacuados - um com um braço partido e outro com costelas fraturadas - e uma terceira ficou debaixo das ondas e teve que ser assistida no areal".
"Nenhum dos atletas conseguiu sair da água pelos próprios meios. Isto é como num jogo de futebol, um jogador torcer um tornozelo. Aqui, no decurso da sua atividade, três atletas sofreram acidentes. Felizmente, nenhum deles foi grave", explicou José Zeferino Henriques, adiantando que a altura das ondas, este sábado, esteve entre os 17 e os 20 metros. "Isto é comum nos dias de ondas gigantes. É uma mota que vira a fazer um resgate, é um surfista que fica debaixo de água e, depois, com a espuma, não se consegue logo vê-lo e ir buscá-lo. Estamos a falar de um desporto que acaba por ser um desporto radical", adiantou o comandante da Capitania.
Plano de segurança em ação
O município da Nazaré implementou, já há algum tempo, um sistema de apoio e salvamento de surfistas, especificamente para a época das ondas gigantes, quando dezenas de atletas portugueses e estrangeiros procuram surfar as maiores ondas. Intitulado Plano de Segurança da Praia do Norte, o sistema é implementado de acordo com o estado do mar previsto para cada dia. Para os dias em que está previsto a ondulação ultrapassar os 15 metros - nível vermelho -, como foi o caso deste sábado, é acionado para o local, como prevenção, o dispositivo mais "musculado". O mesmo inclui, segundo a Autarquia, "bombeiros, nadadores-salvadores, trator e equipa médica". "Isto permite fazer logo uma primeira assistência, quando há algum acidente", sublinhou José Zeferino Henriques.
De acordo com a Câmara da Nazaré, "numa situação de nível verde, que representa um dia de ondulação até aos cinco metros", não há nenhum dispositivo acionado. No nível amarelo, com ondas entre os cinco e os 10 metros, ficam no areal dois vigilantes, com o apoio de um "buggy". O nível laranja, o mais grave a seguir ao vermelho, acionado em dias em que as ondas estão entre os 10 e os 15 metros, já obriga à deslocação para o local de bombeiros, nadadores-salvadores e um trator.