O PS acusou, ontem, a Câmara da Póvoa de Varzim de estar a "ganhar" dinheiro à custa dos poveiros, cobrando valores da água "indevidos", com base em estimativas "irreais". Quem pagou a mais, garantem os socialistas, "tem que esperar três meses para ser ressarcido". A Câmara nega e diz que o acerto é feito "na hora".<br />
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"É um meio encapotado de proceder a um encaixe financeiro à custa do bolso dos poveiros", afirmou, ontem, em conferência de imprensa, Renato Matos, acusando a Autarquia de "não fazer leituras mensais do contador" e de apresentar aos munícipes estimativas de consumo "muito superiores à realidade".
O vereador socialista deu dois exemplos: um consumidor doméstico que passou de um consumo de 12 m3 para 56 m3 e recebeu, assim, uma conta de água de 152 euros; e um "pequeno escritório" que passou de 7 para 12 m3.
"O mais grave é que as pessoas dirigem-se à Loja do Ambiente para reclamar e levantam uma série obstáculos de natureza burocrática e, depois, dizem-lhes que só ao fim de três meses é que serão ressarcidos", contou Renato Matos.
"Isso não é verdade. Houve 900 consumidores - em 37 mil - que não davam leitura há mais de seis meses e viram a sua factura aumentar por estimativa. Se forem reclamar, é marcada de imediato nova leitura de contador e, caso o valor a pagar seja menor, a correcção é feita de imediato. Mas nunca de 12 para 56 m3. Isso tem que ser leitura real", garantiu, ao JN, o vereador do Ambiente da Câmara da Póvoa, Aires Pereira.
Renato Matos acusou ainda a maioria PSD de uma atitude "pidesca" e bisbilhoteira" ao exigir visita domiciliária às famílias carenciadas que pedem o tarifário social: "O IRS ou o comprovativo de prestações sociais servem para as Finanças e para a Segurança Social. É escandaloso e uma ofensa à integridade das pessoas que a Câmara exija ir ver a casa", frisou, garantindo que levará as duas situações já à próxima reunião do executivo.
Aires Pereira contesta e diz que "a ida das assistentes sociais a casa para ver se as condições em que as pessoas vivem são compatíveis com os rendimentos declarados" é uma forma de imprimir "justiça" aos benefícios dados.