Rui Fonseca e Castro, juiz negacionista que foi expulso da Magistratura por incentivar a violação de regras sanitárias de controlo da covid-19, deu uma palestra a alunos entre os 11 e 14 anos da Escola Básica de Vale de Milhaços sobre direitos, liberdades e garantias durante a pandemia.
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A direção do agrupamento já abriu um "inquérito de averiguações urgente", adiantou, esta segunda-feira, ao JN o Ministério da Educação, que refere estar "a acompanhar a situação através da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares". O ex juiz alega, nas suas redes sociais, que a direção da escola teve interesse em recebê-lo.
A palestra ocorreu no passado dia 24 e parte foi filmada e colocada nas redes sociais pelo antigo magistrado que chamou "assassino genocida" a Marcelo Rebelo de Sousa e que chegou a desafiar o diretor nacional da PSP para uma luta.
Num vídeo publicado no Youtube, pode-se ver Rui Fonseca e Castro, a dar uma palestra a cerca de 35 alunos da escola numa sala de aula, com a presença de professores.
Interesse da escola
O ex juiz fala sobre a liberdade de escolha que os cidadãos têm, num caráter geral, e perante a Constituição, e no fim do vídeo com dois minutos refere que "a liberdade de escolher quer dizer que a pessoa tem informação adequada para poder decidir algo sobre a sua vida", acrescentando que isso "em 2020 ficou mais evidente". Rui Fonseca e Castro começava a falar sobre a pandemia quando o vídeo termina.
Na sua página das redes sociais apelidada de Habeas Cpus, o ex juiz refere que a sua presença na escola se deveu ao interesse da direção em recebê-lo. "Foi uma experiência extremamente positiva e gratificante para mim porque tive que adaptar o meu discurso e a minha abordagem a um público constituído por crianças e jovens e para eles, porque foi percetível em alguns ter sido a primeira vez que puderam falar abertamente sobre aquilo por que tiveram que passar em 2020 e 2021, sob o prisma dos direitos à identidade, ao livre desenvolvimento da personalidade e à reserva da intimidade da vida privada".
Rui Fonseca e Castro alega ainda que "alguns professores também puderam dissipar algumas ideias que haviam formado através dos meios de propaganda" e agradece a uma pessoa em particular que "de uma forma muito inteligente, conseguiu fazer suscitar na direção da Escola o interesse em receber-me para o efeito acima descrito".
O JN entrou em contacto com a direção da escola, mas, até ao momento, não obteve respostas.