Diretor demissionário do Colégio D. Diogo de Sousa diz que propinas poderão ficar mais caras
O diretor demissionário do Colégio D. Diogo de Sousa, padre Cândido de Sá, referiu, este domingo, que as propinas dos alunos daquele estabelecimento de ensino católico poderão encarecer se for aprovado o novo regulamento que se pretende.
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“Se as despesas e custos de funcionamento do Colégio D. Diogo de Sousa estatuído” na proposta para o seu novo regulamento “aumentarem isso poderá ter impactos na anuidade [propina] dos alunos”, afirmou o diretor pedagógico, padre Cândido de Sá. "A estabilidade educativa poderá ser posta em causa, pois os transtornos com as diferenças de gestão, administração e direção podem acarretar atrasos, dependências e consultas que alteram e prolongam os tempos das decisões".
Através de uma comunicação enviada a todos os pais dos alunos, à qual o JN teve acesso, aquele sacerdote católico diz que “a nossa honra e o nosso carácter de pessoas íntegras e verdadeiras foram ofendidos”. “A resposta que foi pedida ao Colégio a esse primeiro documento foi de aceitação e de concordância absoluta, não havendo a possibilidade de alargar a discussão e reflexão”, reiterando não estar disponível para ficar na direção após 6 de janeiro de 2025.
Acerca do processo de mudança em curso, o padre Cândido de Sá refere que os órgãos diretivos “foram excluídos dos trabalhos de participação na elaboração” do novo regulamento do Colégio D. Diogo de Sousa e “a comunidade educativa foi mantida à margem de todo o processo, opção a que a direção deste colégio é alheia”, reiterando que não foram acolhidas as suas sugestões.
“A nova proposta” do regulamento de funcionamento do colégio “impõe no nosso entendimento limites graves aos poderes de desempenho da direção, administração e gestão, com base em critérios vagos de boa gestão, como transparência, confiança, lealdade e fiscalização, além de sugestões estranhas ao ambiente escolar e à legislação que os regula”, de acordo com o diretor.
“Os contributos propostos do projeto curricular ao novo modelo de gestão, administração e direção propostos foram pura e simplesmente ignorados, sem que sobre eles recaísse qualquer opinião”, acrescenta o padre Cândido de Sá aos pais dos alunos.
“Qualquer sugestão de alteração e melhoria do projeto educativo ou quaisquer contributos educativos e formativos em favor dos alunos e da comunidade educativa, em virtude de não terem sido ouvidos sobre essa temática”, continua. “Não foi habilitada, pelo proponente da proposta, a partilha do processo aos encarregados de educação, em suporte escrito ou reunião geral, de modo a que estes pudessem dar o seu contributo”.
“Não estão previstas minimamente regulamento a implementar [que abrange todos os estabelecimentos de ensino católicos dependentes da Arquidiocese de Braga, entre os quais o Colégio D. Diogo de Sousa], nem aventadas, as implicações jurídicas, pedagógicas, institucionais, organizacionais e, sobretudo, a conflitualidade legal que desencadearão”, afirma ainda o mesmo diretor.
Para o padre Cândido de Sá, há disposições legais no novo regulamento proposto pela Arquidiocese de Braga que “violariam frontalmente quer a Constituição da República Portuguesa, quer a lei laboral”, aludindo a inconstitucionalidades e ilegalidades. “Os processos novos a introduzir no decurso do ano letivo não salvaguardam o ambiente de serenidade e tranquilidade para se garantirem êxitos educativos, mormente os esforços de recuperação de aprendizagens, uma vez que as condições novas gerarão fatores de intranquilidade quanto ao trabalho a prosseguir e quanto à permanência dos docentes no colégio”, remata.