Um doente cardíaco e diabético entrou na urgência do Hospital de Braga às 08.30 horas desta sexta-feira e, pelas 19 horas, ainda não tinha sido visto por um médico, apesar de lhe ter sido atribuída a pulseira laranja, denunciou o filho ao JN.
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“O meu pai é doente cardíaco e passou a noite muito mal, com picadas e dificuldade em respirar. Chegámos às 8.30 horas, deram-lhe a pulseira laranja, fez um eletrocardiograma, mas continua à espera da consulta, mais de dez horas depois”, lamentou.
Esta é uma realidade que, acrescentou, afeta “largas dezenas” de outros doentes. “Há pessoas deitadas no chão, inclusive com pulseira laranja, porque não são atendidas. O cenário é realmente impressionante e inadmissível num hospital com esta dimensão”, sublinhou.
Segundo outro paciente, que entretanto foi atendido “após várias horas” de espera, o serviço de urgência está a viver uma “situação absolutamente caótica” e “não tem capacidade” para atender os doentes, “como é sua obrigação”.
Contactada pelo JN, fonte oficial da Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga confirmou a existência de “constrangimentos” no serviço de urgência, o que disse dever-se à “grande afluência” registada esta sexta-feira.
“Constatamos que, durante o dia, existiu uma afluência fora do panorama normal e detetamos, ainda a esta hora, que ainda estão no serviço [de urgência] muitos utentes não urgentes a aguardar observação médica”, referiu a fonte da ULS.