O alargamento da A4 entre os nós de Águas Santas (Maia) e Ermesinde (Valongo) vai obrigar à construção de um novo túnel. Quatro casas serão demolidas, a EB1 da Granja será transferida e o polidesportivo de uma associação vai desaparecer.
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O troço que vai ser alargado (de duas para quatro faixas em cada sentido) só tem 3,6 quilómetros, mas atravessa três freguesias: Águas Santas, Ermesinde e Baguim do Monte (Gondomar). A obra tem um prazo de dois anos, estando prevista a sua conclusão para finais de 2012. O estudo de impacto ambiental do projecto está em discussão público até ao próximo dia 20 de Novembro.
A reformulação do túnel de Águas Santas revelou-se a questão mais complexa do projecto, até porque vai implicar restrições à circulação na via ferroviária que existe à superfície.
Depois de realizados estudos sobre qual a melhor solução, optou-se pela construção de um novo túnel, sendo que uma galerias do actual subterrâneo ficará a ser apenas de serviço.
"O alargamento de duas para quatro vias passa pela construção de uma nova galeria, a Norte, no sentido descendente (Amarante/Porto) e pelo alargamento da galeria a Sul, no sentido ascendente (Porto/Amarante). A actual galeria descendente fica reservada como via de serviço e é conectada às, novas galerias adjacentes através de ligações posicionadas sensivelmente a meio do túnel", especifica o estudo ambiental. Apesar dos trabalhos, o trânsito continuará a circular na A4.
As obras no subsolo vão obrigar ao condicionamento da circulação ferroviária em S. Gemil. Uma das vias será suspensa, ficando apenas uma linha para os comboios utilizarem. Os carris da via suspensa serão mesmo desmontados. Na linha que permanecerá ao serviço, as composições terão de circular a uma velocidade bastante reduzida.
Além da empreitada nos túneis, o projecto de alargamento inclui o reforço do pavimento e a reformulação do nó e das portagens de Ermesinde e das vias de acesso à área de serviço de Águas Santas.
"A praça de portagem existente no nó de Ermesinde será ampliada para sete vias de entrada e nove vias de saída, sendo o alargamento totalmente efectuado para nascente, aproveitando a plataforma actual para o tráfego com origem na EN208", lê-se no estudo de impacto ambiental.
A intervenção na auto-estrada determinará, também, o corte temporário de algumas artérias na envolvente, designadamente a Rua de Nossa Senhora de Fátima e a Rua das Macieiras, na freguesia de Águas Santas.
O alargamento da A4 vai aproximar a auto-estrada, ainda mais, de algumas zonas residenciais e empresariais. O estudo indica que os espaços exteriores de duas empresas e pequenos terrenos agrícolas também serão afectados.
"Na fase de construção ocorrerá um impacto negativo reduzido devido à afectação irreversível de cerca de 4,1 hectares de solos pertencentes à reserva agrícola nacional, que, no entanto, são solos residuais numa malha urbana em expansão", indica, ainda, o relatório ambiental elaborado por uma empresa contratada pela Brisa.
