Três jovens grafiteiros - dois espanhóis e um português, entre os 18 e os 20 anos - morreram esta segunda-feira à noite, colhidos por um comboio no apeadeiro de Águas Santas-Palmilheira, na Maia, quando tentavam pintar uma composição imobilizada para receber passageiros.
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O JN apurou, junto de fonte policial, que o português tem 18 anos e reside na Senhora da Hora (Matosinhos), enquanto um dos espanhóis, de 20 anos, é oriundo da zona de Madrid (Espanha). A terceira vítima também será de nacionalidade espanhola, mas as autoridades ainda estão a tentar apurar a sua identidade em concreto.
Nas últimas horas tem havido contactos entre a Polícia portuguesa e as autoridades do país vizinho.
O acidente ocorreu pouco antes das 20.30 horas, quando um comboio que circulava entre a estação e Campanhã e a a Régua, na linha do Douro, colheu três indivíduos. Um dos corpos foi projetado para um silvado na berma e dois outros foram arrastados durante cerca de 200 metros.
Aparentemente, teriam sido afastados por alguém e depositados no balastro relativamente afastados dos carris. É provável que outras duas pessoas os acompanhassem.
A Unidade de Polícia Técnica da Polícia de Segurança Pública prosseguia a recolha de indícios.
De acordo com testemunhos - não diretos - recolhidos pelo JN no local, os jovens colhidos pela composição em movimento tinham saltado para a linha quando um comboio com destino ao Porto parou naquele apeadeiro suburbano (serve Águas Santas, na Maia, e Ermesinde, em Valongo) para receber passageiros, a fim de grafitarem uma carruagem. No local do sinistro podia ver-se várias latas de tinta usada nesta atividade, criminalizada em Espanha.
Uma das testemunhas, residente num prédio fronteiro ao local do acidente referiu ao JN que elementos do INEM ainda tentaram a reanimação de um dos indivíduos, mas não conseguiram salvá-lo. Compareceram também meios dos Bombeiros Voluntários de Moreira da Maia.
Durante várias horas, a circulação ferroviária fez-se usando apenas uma das linhas.