Dois incêndios deflagraram este sábado à tarde em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, levando ao corte do itinerário complementar 8, disse à Lusa fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR). Os fogos já atingiram o concelho da Sertã.
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O alerta para o primeiro incêndio foi dado pelas 14.30 horas. Fonte do Comando Territorial da GNR de Leiria adiantou à Lusa que o IC8 foi cortado por volta das 14.50 horas, entre Pedrógão Grande e Pedrógão Pequeno.
Segundo a página da internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, pelas 17.05 horas, estavam no primeiro incêndio 391 operacionais, apoiados por 100 viaturas e 17 meios aéreos.
No segundo incêndio, no mesmo concelho de Pedrógão Grande, na freguesia da Graça, estão 191 operacionais, apoiados por 51 veículos e três meios aéreos.
Fonte do Comando Territorial da GNR de Leiria adiantou à Lusa que também a Nacional 2 na zona de Pedrógão Grande se encontra encerrada, assim como várias estradas secundárias.
Fogos já chegaram à Sertã
O comandante Sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Leiria, Carlos Guerra, disse à Lusa que os dois incêndios nas freguesias de Pedrógão Grande e da Graça (do concelho de Pedrógão Grande), surgiram com a diferença de cerca de uma hora e cuja distância um do outro é muito curta, causaram projeções que já atingiram o concelho vizinho da Sertã, no distrito de Castelo Branco.
"Nas operações de combate estão todos os meios disponíveis na zona e as dificuldades são acrescidas devido ao vento. O segundo incêndio obrigou-nos a separar os meios no teatro de operações e a reposicioná-los", afirmou o comandante.
Carlos Guerra revelou ainda que estão a ser desviados os meios do incêndio com início em Piódão, no concelho de Arganil, distrito de Coimbra, para Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e a projeção na Sertã levou também a que os meios do Comando sub-regional de Emergência e Proteção Civil da Beira Baixa fossem para o local [da projeção].
"Quem conhece este território [Pedrogão Grande] sabe que os incêndios oferecem risco à população, uma vez que há sempre povoações e casas isoladas e dispersas. A nossa preocupação é sempre a proteção de pessoas e bens", sublinhou, confirmando que existem "habitações na linha de fogo".
Oito anos depois, chamas surpreendem Pedrógão
Com estes dois incêndios, a população de Pedrógão Grande voltou hoje a ser surpreendida pelas chamas, oito anos depois dos grandes fogos que atingiram aquele concelho.
Os incêndios que deflagraram em 17 junho de 2017 em Pedrógão Grande e que alastraram a concelhos vizinhos provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos a 253 populares, sete dos quais graves. Os fogos destruíram cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.
Este ano, Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos já provocaram quatro mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss, um helicóptero Super Puma e dois aviões Canadair.
Segundo dados oficiais provisórios, até 23 de agosto arderam cerca de 248 mil hectares no país, mais de 57 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.