As operações de dragagem da barra do porto de pesca de Vila do Conde arrancam na segunda-feira, depois de ter sido formalizado o auto de consignação da obra, numa cerimónia realizada, esta terça-feira, na Câmara Municipal.
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A intervenção, há muito ansiada pela comunidade piscatória local devido aos elevados níveis de assoreamento na barra vila-condense, terá um custo de 500 mil euros e um prazo de execução previsto de 75 dias.
As operações vão abranger a barra e os estaleiros situados em Azurara, estando previsto que sejam movimentados aproximadamente setenta mil metros cúbicos de inertes.
Segundo um comunicado emitido pela autarquia vila-condense, "esta ainda não é solução definitiva do problema (...) esperando-se agora por novos desenvolvimentos, particularmente no que se refere a uma dragagem permanente do rio".
A Câmara Municipal acrescentou, ainda, "que a boa navegabilidade do rio Ave tem de ser garantida e, acima de tudo, deve ser inteiramente preservada a segurança dos pescadores, pelo que tudo tem de continuar a ser feito no sentido da concretização das indispensáveis soluções para tão importante problema".
Se em Vila do Conde a situação do assoreamento ficará atenuada com esta intervenção, na cidade vizinha da Póvoa de Varzim, a dragagem prometida pelo governo ainda não tem data para avançar.
A intervenção no porto poveiro está avaliada em um milhão de euros, e o concurso público para a empreitada ainda está em fase de discussão, algo que já mereceu uma reação de desagrado do presidente da Câmara Municipal local.
"Considero inconcebível o governo não ter conseguido, durante um ano, fazer um concurso de um milhão de euros, adjudicá-lo e pô-lo em funcionamento", disse o autarca,
"Não posso deixar de manifestar a minha preocupação relativamente ao que aí vem. A barra já está fechada e o inverno ainda não começou. Não posso deixar de exigir responsabilidades de quem tem a tutela da área", acrescentou.
Aires Pereira esclareceu que "o concurso chegou a ser lançado, já muito tarde, e não ficou concluído a tempo de ser executado".
O problema do assoreamento nos portos da Póvoa de Varzim e Vila Conde tem condicionado, fortemente, a atividade piscatória local, além de colocar em causa a segurança dos barcos e respetivas tripulações
No passado mês de março a Ministra da Agricultura e Mar, Assunção Cristas, fez uma vista ao porto de pesca da Póvoa de Varzim, onde garantiu que as intervenções iriam iniciar em maio.
A comunidade piscatória local, sobretudo na Póvoa de Varzim, tem dúvidas que a intervenção, mesmo que adjudicada, possa agora acontecer devido às instáveis condições do mar a partir do mês de outubro.