Duas centenas de artesãos em Vila do Conde: "É a feira mais antiga do país e isso faz a diferença"

Esperam-se mais de 400 mil visitantes
Fotos: André Rolo
Cerca de 200 artesãos de norte a sul para ver até 10 de agosto em Vila do Conde. Esperadas 400 mil pessoas.
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“Já não são as vendas de outros tempos, mas continua a ser das melhores feiras do país”, atira, sem hesitar, António Pinha. Faz peças em ferro forjado e madeira, num ofício que aprendeu com o avô e com o pai. Dali saem candeeiros, ferragens, bonecos, pequenas estátuas e muito mais. Aos 56 anos, o artesão de Celeirós (Braga) leva mais de 20 a participar na Feira Nacional de Artesanato (FNA) de Vila do Conde. O certame arrancou este sábado. Fica nos jardins da avenida Júlio Graça até 10 de agosto. A entrada é livre. Esperam-se mais de 400 mil visitantes.
“Antigamente, levávamos daqui trabalho para o ano todo. Agora, é quase tudo venda direta, mas ainda assim compensa. É uma cidade com muito turismo nesta altura do ano”, conta António.
No stand de Viseu, Susana Figueiredo e Manuel Carvalho fazem todo o tipo de peças em estanho: brincos, anéis, colares, pequenas estatuetas, bonecos, molduras. As feiras são “uma parte importante do negócio” e a FNA está entre as melhores no que toca a vendas: “As pessoas aderem muito bem, o sítio é bom, a cidade é bonita e o clima nesta altura do ano ajuda muito”, conta Susana. “É a feira mais antiga do país e isso faz a diferença. Já há um hábito das pessoas”, completa Manuel, ele que, no resto do ano, bijuteria à parte, tem muito trabalho para as forças armadas – troféus, medalhas, brasões – e até para o gabinete do primeiro-ministro.
Espalhados pelos 11 mil m2 de jardim, em pleno centro da cidade, há duas centenas de artesãos de todo o país, muitos dos quais a trabalhar ao vivo. Fazem rendas e bordados, lãs, couros, olaria, cestaria, tapeçaria, peças em vidro, papel, cristal, ferro ou madeira. No restaurante da feira, há uma viagem pelos sabores do país para fazer ao longo dos próximos 15 dias e, à noite, todos os dias há música tradicional.
A 47.ª edição da FNA tem ainda um “convidado” especial: com o objetivo de combater a discriminação das pessoas com doença mental e provar que a arte pode ser terapêutica, a feira tem uma exposição de peças em cerâmica e pintura feitas por utentes do Hospital de Magalhães Lemos. Amanhã e nos dias 2 e 9 de agosto haverá ainda oficinas criativas gratuitas, orientadas por estes utentes.
