Elisa Ferraz é a candidata da NAU à Câmara de Vila do Conde. Garante que voltar a gerir a água custa 92 milhões de euros e hipoteca o desenvolvimento do concelho.
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Está na Câmara há 23 anos, 15 como vereadora da Ação Social, Educação e Cultura, 8 como presidente, primeiro pelo PS, desde 2017 como independente pelo movimento NAU. Há quatro anos, derrubou com estrondo um PS que, por ali, governava há 43 anos. Prometia Abril, liberdade, um olhar atento, proximidade, trabalho. Volvidos quatro anos, diz que cumpriu - e até "superou" - e avança, motivada, com os pés assentes na terra, "sem prometer o céu", segura de que é "a mais bem preparada" e que a obra está à vista.
A água é, provavelmente, o tema que mais preocupa os vilacondenses. Arrepende-se de ter votado [como vereadora do PS] a favor da concessão?
Não. Todos os partidos votaram, exceto a CDU. A rede de água e saneamento tinha défices enormes, que exigiam um investimento muito grande, que o município não tinha condições financeiras de fazer. Não fazer a concessão, significava mantermos uma parte significativa do concelho sem essas infraestruturas.
A Oposição diz que Vila do Conde está entre os municípios com a água mais cara do país...
Como prometi, quando tomamos posse, entramos, de imediato, em negociações com a concessionária. Foi um trabalho árduo. O que conseguimos foi extraordinário: há dois anos consecutivos que não há aumentos e as ligações à rede passaram a ser gratuitas. Só quem desconhece a matéria, é que pode dizer que vai baixar a água em "x" por cento, tal a dificuldade para a alteração do contrato.
E nos próximos anos haverá aumentos?
A fórmula de cálculo foi alterada. Acreditamos que não haverá subida.
Mas Vila do Conde tinha possibilidade de resgatar a concessão?
É insensato e demagógico dizer que se vai resgatar a concessão. Temos contas feitas que nos apontam para um valor de 92 milhões de euros. Daí resultaria, durante mais de dez anos, zero de investimento em Vila do Conde para pagar o empréstimo. Comprometeria a continuidade do desenvolvimento do concelho.
Apresentou recentemente a Estratégia Local de Habitação. Está satisfeita com o documento?
Muito satisfeita, porque ele é realista. Fizemos todo um histórico da situação, temos os terrenos e definimos o número de fogos a construir, mas também a construção para venda a custos controlados e uma requalificação global de todo o parque habitacional.
Havia uma grande expectativa quanto ao Masterplan, mas, afinal, pouco avançou e a Ponte Pedonal valeu-lhe muitas críticas da oposição...
Não concordo. O Masterplan tem 12 intervenções. Já temos a primeira em execução e o concurso da segunda já foi lançado. Estamos a falar de quase quatro milhões de euros. O Masterplan é um projeto a longo prazo de melhoria da rede viária concelhia. Houve todo um trabalho de pormenor prévio feito com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. É um plano integrado, não uma intervenção aqui ou ali. Quanto à Ponte Pedonal, é uma peça estratégica na mobilidade suave e na ligação pedonal e ciclável entre a zona norte e sul da cidade.
Foi uma das suas bandeiras há quatro anos, a descida do IMI. Estará no mínimo no próximo ano. Se foi eleita é para manter?
Sim. O IMI ficará na taxa mínima e continuará a haver IMI Familiar.