Integrará a segunda fase do projeto Spark, que o Castro Group está a construir em Leça do Balio e que deve abrir neste ano.
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As instalações que foram ocupadas pela Farfetch, empresa tecnológica ligada à venda de roupa e artigos de luxo, em Leça do Balio, Matosinhos, vão ser reconfiguradas para integrarem a segunda fase do empreendimento Spark, que o Castro Group está a desenvolver naquele local. Será o Spark II. Para já, estão em curso as obras na antiga fábrica da Lactogal, que dará lugar a um complexo de escritórios e comércio, que deverá entrar em funcionamento ainda neste ano. O investimento ascende a cerca de 35 milhões de euros.
O empreendimento em construção prevê mais de 11 500 metros quadrados para escritórios, 1800 metros quadrados para comércio e 4000 metros quadrados de áreas verdes. Estão contemplados ainda 350 lugares de estacionamento, 20% dos quais para veículos elétricos, e parque para bicicletas e trotinetes.
O projeto prevê “mais de mil ocupantes” nos escritórios, além de uma população flutuante de “200 a 300 pessoas” nas zonas comerciais. Segundo o Castro Group, “a procura tem estado alinhada” com as expectativas e com o planeamento comercial elaborado. “O nível de ocupação aproxima-se dos 70%, com forte probabilidade de ultrapassar os 90% até ao final do ano”, é revelado. Todos os espaços serão arrendados.
Na Região Norte, porque a oferta deste tipo de espaços continua a ser limitada, face ao volume da procura, é grande o apetite dos empresários por este tipo de empreendimentos. “A proximidade a importantes eixos rodoviários – A4, A20, A28, A41 e A1 –, bem como ao aeroporto, à rede de metro, autocarros, comboios e ciclovias, reforça a atratividade do local para empresas e profissionais”, sublinham os promotores.
O Castro Group comprou os terrenos e a primeira obra no local, “feita à medida”, foi para a Farfetch. Seguiu-se a instalação do supermercado Aldi. Agora, está em comercialização o Spark, onde antes existia a Lactogal. A seu tempo, o Spark II completará o plano. “Será o fechar do ciclo”, diz Maria Vasconcelos, a diretora de projetos do grupo.
“Expansão natural”
A unidade industrial da Lactogal foi construída entre 1964 e 1967. O Spark combina o “legado histórico com inovação sustentável”, afirmam os promotores. Os antigos armazéns darão lugar a uma “nova frente de rua”, que assenta em espaços comerciais, e a reconstrução da torre da fábrica, como edifício de escritórios, “mantém a memória do elemento vertical”.
Ao lado, o Spark II será a “expansão natural” do empreendimento vizinho, como assinala Maria Vasconcelos. O edifício, com cerca de 15 mil metros quadrados e dois pisos, foi “desenvolvido para um cliente específico”. Mas, em 2024, a inquilina Farfetch, a contas com prejuízos avultados, foi adquirida pelos sul-coreanos da Coupang e entrou em reestruturação, com o despedimento de centenas de colaboradores. Na sequência dessas mudanças, o imóvel ficou vago. O Castro Group já decidiu que será “reconfigurado”, para voltar a ser arrendado, e constituir uma extensão da “comunidade” Spark.
Obras do Fuse Valley devem avançar no próximo ano
Para Leça do Balio, o Castro Group tem outro projeto: Fuse Valley. “O licenciamento do loteamento foi aprovado pela Câmara de Matosinhos em novembro de 2024. No próximo ano, é expectável que a obra avance”, adianta Filipe Santos, diretor comercial. Será uma “minicidade” (140 mil m2) com vários usos: “hotel com apartamentos, escritórios, comércio e um espaço destinado à educação, para formação de jovens adultos, mais projetos complementares”. Em 2021, a Farfetch aparecia como parceira. Mas a tecnológica mudou de mãos. “A Farfetch continua no processo, estamos em conversações. Têm existido reuniões e vão continuar. Se a Farfetch sair, terá que haver outro parceiro”, diz Filipe Santos.