Vários imóveis impactantes construídos no Porto. Promotores mais abertos a ideias inovadoras.
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São diferentes, impactantes, arrojados, alguns extravagantes e prometem criar novas dinâmicas de centralidade no Porto. Ninguém consegue ficar indiferente aos edifícios que estão a surgir na cidade, repletos de originalidade.
1. Velocidade em forma curvilínea
Na Avenida da Associação Empresarial de Portugal (AEP), ainda antes da rotunda do Bessa, destaca-se o imponente imóvel que será a sede da Ageas Portugal. Além deste edifício, o projeto, do arquiteto Luís Pedro Silva (autor do premiado Terminal de Cruzeiros de Leixões), "contempla um outro, ainda em construção e não visível, e um expressivo jardim comum, de uso público", descreveu ao JN o autor.
A empreitada resulta de um investimento de 60 milhões de euros por parte da construtora Civilria.
Localizado numa zona estratégica, com acessos privilegiados à VCI e à autoestrada A1, o empreendimento promete ajudar a reconverter a zona de Ramalde. Luís Pedro Silva explicou ao JN que "a forma curvilínea do edifício relaciona-se com o movimento e com a velocidade, dialoga com o nó e alonga-se com a AEP, permitindo um amplo pé direito total no interior". E logo destaca que o projeto "será um pequeno ecossistema vivo, aprazível e ambientalmente regenerador".
2. Biotecnologia inspira fachada
As árvores frondosas da Avenida AEP escondem o imóvel arrojado da Fairjourney Biologis, empresa de biotecnologia, que confiou à Garcia Garcia o design e construção do novo centro de investigação.
A entrada faz-se pela Rua Delfim Ferreira, artéria situada na zona industrial onde estão concentrados diversos concessionários de automóveis e onde sobressai a fachada.
"Os painéis prefabricados de betão branco tridimensionais remetem para a atividade científica da empresa", faz saber a construtora.
Poucos imaginam que este imóvel - que tem um total de sete pisos - é composto por 140 laboratórios, foyer, áreas sociais e vários pátios exteriores espalhados pelo edifício e pela fachada, que permitem descobrir pequenos espaços ajardinados.
3. Torre cilíndrica para estudantes
Em Paranhos, onde existem várias torres que são residências para estudantes, há uma ainda em construção - a Hoso - que se destaca pelo formato cilíndrico. À volta existe um "vazio urbano, criado pelas várias descontinuidades associadas à VCI", referem os autores do projeto - ODDA - Oporto Office for Design and Architecture - na respetiva descrição.
Também destinado a alojamento estudantil, "o edifício emerge da paisagem", referem os seus autores, responsáveis ainda pela reabilitação do antigo Matadouro Industrial de Campanhã, projeto assinado em parceria com o arquiteto japonês Kengo Kuma.
O destaque na torre, entre outras coisas, promete ser o terraço da cobertura, que "é a coroação que busca as vistas panorâmicas".
4. Imóveis de luxo junto à natureza
Na Avenida do Parque (perpendicular à Avenida da Boavista), de olhos postos no Parque da Cidade, foi construído o projeto "Essenza", do gabinete Ventura + Partners. "Uma fusão entre a arquitetura contemporânea e a natureza, sinónimo de qualidade de vida", lê-se num anúncio ao edifício, composto por apartamentos de luxo, com direito a piscinas nas coberturas.
Destacam-se as linhas marcantes com geometrias acentuadas.
5. Inspiração britânica
Voltando à zona industrial do Porto, repleta de armazéns, o projeto do edifício ZEP, do arquiteto José Carlos Cruz, distingue-se ao longe. Na interseção entre a Rua Manuel Pinto Azevedo e a Avenida de Antunes Guimarães, o edifício envidraçado é composto por 12 frações de escritório, em "open space", para além de espaços comerciais no piso térreo.
Sobre a imagem do imóvel, José Carlos Cruz conta que "indiretamente, de forma inconsciente", bebeu inspiração no "Serpentine Gallery", em Londres, do arquiteto japonês Sou Fujimoto. "Quando propus esta solução, foi logo do agrado do cliente", revelou o arquiteto, para explicar que "os promotores estão hoje em dia mais recetivos a edifícios desta natureza", mais impactante.
O ZEP goza ainda de uma localização estratégica, uma vez que tem ligações rápidas à Via de Cintura Interna, à Avenida AEP, à Estrada da Circunvalação e à Avenida da Boavista, bem como às estações do metro de Ramalde e do Viso.
Ainda não foi construído e já ganhou prémio
O prédio "The Avenue", do ateliê Paulo Merlini Arquitetos com a Nort Properties, na Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, no Porto, ainda não saiu do papel, mas já foi distinguido nos "Luxury Lifestyle Awards", em Nova Iorque, na categoria de "Best Luxury Apartment Living in Portugal". "Criar uma peça única e diferenciadora" foi o desafio do arquiteto. Em forma de puzzle tridimensional, fica concluído em 2024.