O presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, admite que possam ocorrer "solavancos" na entrada em funcionamento da Unir. "São dores de nascimento, depois tudo vai normalizar", garante.
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O primeiro alerta surgiu do presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, no decorrer da reunião, desta sexta-feira, do Conselho Metropolitano do Porto (CMP). "Não vale a pena pensarmos que tudo ficará resolvido no dia em que tenhamos autocarros a funcionar. Provavelmente, aí surgirão os nossos maiores problemas". Avisou.
Aires Pereira referia-se ao arranque da Unir, a nova marca de transportes da Área Metropolitana do Porto, que vai começar a funcionar em dezembro. O autarca de Gondomar, Marco Martins, especificou, de seguida, que os problemas poderão surgir por falta de veículos ou de motoristas. E o presidente do CMP, Eduardo Vítor Rodrigues, concordou.
"Vamos ter muita dificuldades no início. Mas isto estava tão mal quem pior não fica", referiu Eduardo Vítor Rodrigues, recordando que a concessão, por modelo concursal, era uma obrigatoriedade legal, por força de uma diretiva comunitária de 2007, que impossibilitava a continuação do modelo anterior de atribuição de licenças.
No final da reunião, aos jornalistas, o também presidente da Câmara de Gaia vincou que nunca foi intenção do CMP provocar despedimentos no setor, conforme chegou a ser alegado e que os "motoristas foram usados como escudos". "Nunca, em tempo algum, fizemos este processo para prejudicar as pessoas. Mas por força da lei", deixou claro.
A prova, segundo Eduardo Vítor Rodrigues, está precisamente no momento atual em que as empresas que ganharam os concursos para os cinco lotes enfrentam dificuldades em conseguir mão de obra. E esse precisamente é um dos problemas que se coloca no arranque, em dezembro, da Unir.
"O que aconteceu foi que as empresas que perderam os concursos apostaram em outros serviços e isso obrigou a que não pudessem prescindir dos motoristas", revelou o presidente do CMP, adiantando que as empresas que vão operar a Unir tiveram que ir buscar mãos de obra ao estrangeiro, sobretudo a países como Cabo Verde, Brasil e Venezuela. Esses motoristas terão que ser legalizados e alvo de formação, por exemplo, porque não conhecem o território onde vão trabalhar.
Acresce que o cadernos de encargos do concurso público era muito exigente em termos de veículos, o que forçou as empresas a "enviarem veículos para a sucata" e a comprarem autocarros novos.
Eduardo Vítor Rodrigues assume, por isso. "Admito que possa haver solavancos no arranque das operações. Mas são as dores do nascimento. Depois, tudo vai normalizar", referiu, explicando que pode acontecer os lotes começarem a ser operacionalizados a ritmos diferentes.
Daí que, o presidente do CMP pede que se "baixem as expetativas" e se dê um voto de confiança, garantindo que, quanto a Unir estiver e velocidade cruzeiro, as populações ficarão melhor servidos de transportes. "Por isso, disse na reunião que pior não fica", rematou.