"Os problemas resolvem-se com mais laços humanos". Este é o mote deixado por Eduardo Vítor Rodrigues no seu livro "Mundo em Mudança", apresentado, esta sexta-feira, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto. O auditório tornou-se pequeno para acolher todos aqueles que quiseram parabenizar o autor.
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Casa cheia para ouvir da boca do presidente da Câmara de Gaia e da Área Metropolitana do Porto o porquê de ter avançado para esta obra, onde escreve sobre questões da atualidade, sejam à escala local ou tenham uma dimensão mundial, sem nunca perder a fé numa mudança positiva.
"Os problemas resolvem-se com mais laços humanos, com humanismo. Mantendo sempre a esperança, assente no compromisso de uns com os outros. É preciso resistir, só assim se constrói o futuro", destacou, arrancando uma chuva de aplausos da numerosa plateia, após abordar adversidades próprias que teve que superar ou fenómenos globais como as redes sociais e a inteligência artificial, que podem distorcer a realidade.
Eduardo Vítor Rodrigues realçou a importância de andar no terreno, juntando esta experiência ao saber académico, dando conta de uma situação que ficou no ouvido, quando se deslocou a Kiev durante a guerra que ainda dura e pôde constatar "in loco" o misto de sensações da população ucraniana, que sofre com o conflito, mas faz das tripas coração (como se diz no Porto) para levar o dia a dia: "Essa visita foi marcante. Ainda hoje ouço o roncar da sirene [aviso da iminência de ataques]".
Descentralização
A Rui Moreira coube a primeira intervenção, através de uma mensagem vídeo gravada. A reboque do pensamento do autor do livro, também colocou o foco no humanismo: "Só o ser humano salva o ser humano". Fez referência aos "desafios do século XXI" e às "reformas para salvar a democracia", temas tratados por Eduardo Vítor Rodrigues, salientando a sua vocação "europeísta". Claro que não faltaram os tópicos nacionais da "descentralização" e "intermunicipalização", tão caros aos dois presidentes.
Presenças ilustres
Boa parte da obra resulta de crónicas escritas no "Jornal de Notícias". O ex-ministro Matos Fernandes, autor do prefácio, dirigiu-se a Eduardo Vítor como "um moderado de convicções profundas" e disse estar já à espera de um "próximo" livro.
Muitas figuras públicas compareceram. Desde Fernando Araújo, que se demitiu da direção do SNS, até Luísa Salgueiro, presidente da Câmara de Matosinhos e da ANMP, entre outros convidados.