Eixo Atlântico aponta sustentabilidade económica e social como prioridade das cidades
A sustentabilidade económica, social, ambiental e institucional são as “intervenções prioritárias” nas cidades perante os desafios da atualidade, defende uma publicação do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, apresentada esta quarta-feira em Santa Maria da Feira.
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O relatório “Novos desafios das cidades: notas para uma reflexão necessária”, apresentado, eta quarta-feira, em Santa Maria da Feira resulta de uma iniciativa do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, organização que reúne 39 municípios do Norte de Portugal e da Galiza.
Elaborado por Arlindo Cunha, professor de Economia e ex-ministro da Agricultura, e Fernando González Laxe, professor emérito de Economia Aplicada e ex-presidente da Xunta da Galiza, o relatório tem como mote o impacto crescente da urbanização, prevendo que, até 2050, cerca de 70% da população mundial viverá em cidades.
Em declarações ao JN, Arlindo Cunha destacou os novos desafios que as cidades enfrentam: “Estamos num mundo onde há muita coisa nova a acontecer, como a questão demográfica e a globalização. Temos desafios que não existiam no passado”.
Atrair mais investimento e mais população
O autor do documento - que promete ser uma ferramenta valiosa para orientar políticas públicas que tornem as cidades mais competitivas, inclusivas e preparadas para os desafios globais - sublinhou, ainda, os problemas associados às grandes concentrações urbanas, como a poluição, dificuldades habitacionais e questões de conectividade.
Para Arlindo Cunha, a sustentabilidade económica é um elemento-chave para o sucesso dos municípios, que precisam criar condições “ambientais salutares e reduzir a carga fiscal para empresas e cidadãos”, atraindo assim mais investimento e mais população.
Por sua vez, Xoán Vázquez Mao, secretário-geral do Eixo Atlântico, reforçou a importância do documento ao afirmar: “Temos que saber qual é a nossa realidade e onde devemos apostar se queremos que as nossas cidades evoluam”. “Os municípios têm que ser eles próprios competitivos, o que passa pela capacidade de organização e eficiência dos seus serviços”, considerou.
Mitigar deigualdades
O presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, Amadeu Albergaria, valorizou o relatório como “um mecanismo precioso para a tomada de decisões”. Segundo o autarca, é fundamental dispor de factos concretos para definir estratégias eficazes.
Luís Nobre, presidente do Eixo Atlântico, concluiu que o documento apresentado “vai ser um instrumento de trabalho para todos os autarcas da região”, lembrando, ainda, que “os grandes desafios”, estarão também relacionados com o “contexto geográfico” e a necessidade de “mitigar algumas desigualdades”.