A Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), em parceria com o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), está a implementar um sistema de travagem automática nos elétricos, que deverá estar concluído até ao final de 2027.
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O projeto-piloto já está em funcionamento e visa garantir a segurança dos passageiros, em caso de problemas com o guarda-freios, como um desmaio.
A intenção é que, em dois anos e oito meses, todos os sete elétricos que ainda estão em funcionamento possuam a mesma tecnologia num investimento que rondará os 400 mil euros, quando estiver tudo operacional. No ano passado, quase 639 mil pessoas viajaram naquele meio de transporte.
O diretor da unidade do carro elétrico, José Castro Vide, assinala que o elétrico "está a voltar à moda", embora tenha predominância turística. Ainda assim, "há muitos portuenses que o utilizam, podendo fazê-lo gratuitamente se tiverem o passe" da rede Andante. "A segurança da circulação e da operação do carro elétrico é uma prioridade para a STCP. Este sistema faz a verificação das condições de condução do guarda-freio e, em caso de haver incapacidade por indisposição, o sistema trava automaticamente o elétrico, evitando que a circulação se faça de forma descontrolada", explica José Castro Vide.
Segundo o diretor daquela unidade da STCP, a resposta dos guarda-freios, que são os condutores dos veículos elétricos, a esta tecnologia tem sido muito positiva, até porque é "uma segurança para eles, para os passageiros e para os peões".
Preservar a história
No entanto, há uma grande dificuldade associada à implementação desta tecnologia. O primeiro elétrico a ser modificado, sendo um veículo com cerca de 85 anos, requere que se insiram as alterações tecnológicas sem descaraterizar o lado histórico visível no meio de transporte.
"Temos que compatibilizar as mudanças com a parte histórica e dissimular todos os componentes que estamos a incorporar. A grande valia é a parte visual. O trabalho tem que ser mesmo feito à medida, ou seja, todos os componentes têm que ser já pensados para o espaço onde vão ser implementados", revela José Babosa, engenheiro de desenvolvimento de produto do INEGI.
Melhoramentos à vista
Embora o modelo esteja já em funcionamento, ainda há arestas por limar. Nesse sentido, a STCP e a INEGI estão a trabalhar na versão 2.0 desta tecnologia, de modo a "criar redundâncias para garantir que não há falhas".
Mas há ainda outras ideias na mente dos engenheiros do instituto, que estão por trás do projeto para melhorar a experiência dos passageiros e garantir-lhes mais segurança. "Estamos a adicionar outros sistemas, como a automatização do areeiro, que é uma componente chave. Aumenta o atrito, ajudando a adicionar areia entre a roda e o carril e isso é muito importante no processo de travagem", finaliza José Barbosa.