Em vésperas de deixar presidência, Jorge Vultos Sequeira renuncia ao cargo de vereador
Jorge Vultos Sequeira, o ainda presidente da Câmara, renuncia ao cargo de vereador para o mandato 2025/2029, após vitória da coligação PSD/CDS que encerra oito anos de governação socialista em São João da Madeira.
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O ainda presidente da Câmara Municipal de São João da Madeira, Jorge Vultos Sequeira, decidiu afastar-se do cargo de vereador no executivo que tomará posse no próximo domingo, dia 2 de novembro. A decisão acontece após a vitória da coligação PSD/CDS nas eleições de 12 de outubro, que marcou uma viragem política no concelho.
Jorge Vultos Sequeira, que procurava um terceiro mandato consecutivo à presidência da câmara, terminou o sufrágio em segundo lugar, com 39,23% dos votos. Questionado pelo jornal local "O Regional", limitou-se a confirmar a decisão de se afastar.
Segundo uma fonte próxima do Partido Socialista, o ex-autarca "concorreu a presidente da Câmara Municipal e não a vereador nas eleições autárquicas". A mesma fonte sublinha que "o exercício das funções de vereador poderá não ser compatível com futuras atividades profissionais", sem revelar detalhes, e acrescenta que a intenção é "permitir a emergência de novos rostos na liderança da oposição PS".
Clara Reis também não se recandidatará à presidência da Assembleia Municipal. Permanecerão no executivo socialista José Nuno Vieira, Paula Gaio e José Fonseca.
Fim de um ciclo político
Jorge Vultos Sequeira, nascido em 1972 e advogado formado pela Universidade de Coimbra, liderou a câmara sanjoanense nos últimos oito anos. Antes disso, foi formador em Direito Processual Penal no Centro de Estágio do Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados e liderou a Federação Distrital de Aveiro do PS. Nos últimos treze meses, perdeu sucessivamente a liderança da distrital de Aveiro, a presidência da câmara e a liderança do Conselho Metropolitano do Porto.
A tomada de posse do novo executivo está marcada para domingo, às 18 horas, no exterior da Casa da Criatividade, com João Oliveira (Coligação PSD/CDS) a assumir a presidência da câmara. Em caso de mau tempo, a cerimónia decorrerá no interior do edifício.
O resultado das eleições traduz uma mudança significativa no concelho mais pequeno do país, com a coligação a conquistar quatro lugares no executivo e o PS a ficar com três mandatos. O Chega obteve 7,91% dos votos.
João Almeida, deputado do CDS/PP e vereador em exercício até domingo, reagiu à renúncia dos socialistas, defendendo que os mandatos devem ser honrados até ao fim. Nas redes sociais, afirmou que aceitou com "respeito e humildade" o resultado das eleições há quatro anos, nas quais era candidato a presidente, e que nunca renunciou ao mandato que recebeu dos sanjoanenses.
Sobre a decisão dos ainda presidente do executivo e presidente da Assembleia Municipal, João Almeida acrescentou: "Com todo o respeito por Jorge Sequeira e Clara Reis - que tenho e manterei - acho que fazem mal. Em democracia, ganhar é tão digno quanto perder."

