"Viva a liberdade" e "Viva a Europa" foram algumas das saudações ouvidas pelo presidente francês, na Baixa do Porto, onde foi recebido por um banho de multidão. Emmanuel Macron distribuiu beijos e selfies pelos moradores e turistas, furando o protocolo da visita de Estado, que terminou esta sexta-feira.
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Mais de duas décadas após a última visita de Estado de um presidente francês a Portugal, a cidade do Porto deu provas da sua reconhecida "arte de bem receber" e foi retribuída com o afeto de Emmanuel Macron.À saída do restaurante DOP do chef Rui Paula, no Largo de São Domingos, onde almoçou com Luís Montenegro antes do encerramento do Seminário Económico França-Portugal, o líder do Palácio do Eliseu cumprimentou dezenas de visitantes, num momento que fez lembrar a típica proximidade do homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, ausente no segundo dia da visita de Estado de Macron a Portugal.
Entre uma multidão poliglota, onde se ouvia não só português e francês, como também espanhol e alemão, Emmanuel Macron mostrou-se disponível e sorridente, respondendo a solicitações para tirar selfies e receber beijos e abraços. Ao lado do primeiro-ministro e escudado por um batalhão de jornalistas, seguranças e polícias, o presidente francês demorou cerca de 20 minutos a percorrer a pé a curta distância até ao Palácio da Bolsa e, à chegada, cumprimentou do topo da escadaria as centenas de curiosos que o esperavam na Praça do Infante D. Henrique.
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Chaves como "símbolo da amizade"
O afeto do governante gaulês já tinha sido demonstrado durante a manhã, na Câmara Municipal do Porto, onde foi recebido por uma Guarda de Honra da Polícia Municipal e do Regimento de Sapadores Bombeiros do Porto e presenteado com as Chaves da Cidade, pelas mãos de Rui Moreira. "Com este gesto simbólico, estamos a celebrar a amizade histórica e fraterna entre a cidade do Porto e a República Francesa. Foi na cidade do Porto que, em 1820, eclodiu a Revolução Liberal portuguesa. Ainda hoje, o Porto é identificado como a cidade da liberdade", recordou o presidente da autarquia, num discurso feito em francês.
Agradecendo as palavras de Rui Moreira - que elogiou por terem sido proferidas num francês perfeito - e a prenda simbólica, Emmanuel Macron ressaltou que "o mais importante é que nunca haja uma porta fechada" e que a liberdade, que tanto marcou e marca a cidade do Porto, "é o vínculo que une" as duas nações. "Nunca se fechará nenhum trinco", garantiu o presidente francês, indicando que guardará as chaves como "símbolo de amizade".
Depois do momento, Macron acompanhou o primeiro-ministro e o autarca anfitrião à varanda principal do edifício, com uma vista desafogada para a Avenida dos Aliados, onde saudou um grupo de crianças mascaradas e dezenas de pessoas, afastadas da Praça General Humberto Delgado, por questões de segurança.