“Só não sente quem não é mãe”, atira uma mulher, com as lágrimas nos olhos, à saída do cemitério do Monte do Mosteiro, em Vila do Conde. A pequena Carolina da Costa Machado foi, esta segunda-feira, a enterrar. A bebé de um ano morreu, no dia 22 de julho, afogada numa piscina insuflável em Bastia, na Córsega, em França.
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Família e amigos uniram-se na dor e, segurando balões brancos, despediram-se da menina. A liderar o cortejo fúnebre, os pais, Adelino Machado e Claudina Silva, eram o rosto do sofrimento. Atrás, seguia mais de uma centena de pessoas, num profundo silêncio e muitas lágrimas.
O casal perdeu o segundo filho em quatro anos. Em 2020, viu morrer um rapaz quase à nascença, vítima de graves problemas de saúde. Agora, uma nova tragédia assolou a família, que tinha estado de férias nas Caxinas, em julho, para visitar a família de Adelino e batizar a pequena Carolina.
A menina, que os vizinhos recordam como “muito desenrascada e sorridente”, fez um ano no dia 8 de julho. Foi batizada nesse mesmo dia na Igreja do Senhor dos Navegantes.
No dia 19, regressou à Córsega, onde Adelino e Claudina estavam emigrados há vários anos. Três dias depois, morreu afogada numa piscina insuflável que o pai lhe tinha instalado no terraço de casa. As equipas de socorro ainda conseguiram reanimar a bebé, que foi levada para o hospital pediátrico de Lenval, em Nice, mas acabou por não resistir.
A Associação Amicale Portugaise de Corte chegou a promover uma angariação de fundos para ajudar o casal de parcos recursos a pagar a trasladação. Comovida com a história, a Câmara de Vila do Conde acabou por assumir todos os custos e ajudar o casal a concretizar o desejo de trazer o corpo da menina para Portugal.