Pedro Santos e Daniel Pereira, “dois homens que elevaram bem alto o Esplendor de Portugal”, nas palavras do bispo de Lamego, António Couto, foram, este domingo, as primeiras vítimas da tragédia do helicóptero no Douro serem sepultados, Horas depois realizaram-se os funerais de António Jorge Pinto e de Fábio Pereira.
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Estas vítimas eram todos militares da UEPS (Unidade de Emergência Proteção e Socorro) da GNR que seguiam num helicóptero de combate a incêndios florestais que caiu no rio Douro, na sexta-feira, com seis pessoas a bordo quando regressavam de um fogo em Baião. O piloto foi o único sobrevivente, com ferimentos ligeiros. As causas do acidente ainda estão a ser investigadas pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários. Tudo aponta para uma falha nos comandos do helicóptero. Declarações nesse sentido, terão sido proferidas pelo piloto que permanece internado.
Os funerais deste domingo terminaram debaixo de aplausos que se repetiram pelas ruas da cidade de Lamego à passagem dos cortejos fúnebres. Os festejos religiosos da Nossa Senhora do Remédios, que por estes dias ali decorrem, foram suspensos em sinal de luto. Ainda assim, os populares que enchiam as esplanadas, numa espécie de catarse emocional, levantaram-se dos seus lugares e curvaram-se perante a memória dos militares.
Marcelo, Montegro e outros políicos ao lado do povo
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, Aguiar Branco, o primeiro-ministro Luís Montenegro e outros representantes políticos marcaram presença nos funerais sem que se ouvisse alguma declaração debitada para os microfones da comunicação social.
Algumas horas antes, em Aveiro, o Presidente da República havia dito que ia "apresentar às famílias e às comunidades (...) o pesar do povo português que compreende a importância daquele contributo daqueles militares, daqueles servidores de segurança, que estavam em missão, a missão não tinha terminado".
A chorar desde sexta-feira
A nível militar realce, ainda, para a presença do Comandante-geral da GNR, tenente-coronel Rui Ribeiro Veloso e do tenente-coronel Adriano Resende que lidera o Comando Territorial de Viseu da GNR e de cidadãos anónimos. Muitos mesmo.
Vasco e Margarida, marido e mulher, eram dois anónimos dessa imensidão. O casal estava destroçado pela morte dos amigos. “Sofremos por eles todos, mas sobretudo pelo Pedro” Santos. É que além de amigo do casal, o militar era o treinador do filho Vasco, que joga nos sub 11 do Craks de Lamego.
“Ele [o filho] está em casa a chorar desde sexta-feira. O Pedro era muito exigente e disciplinador no trabalho com os miúdos, mas eles gostavam do Pedro, e a prova é que ele não pára de chorar”, revela a Margarida, a mãe do Vasco. Choro, ainda que contido, foi o que se ouviu dos familiares e amigos das vítimas na hora do adeus.