Presidente da Câmara diz que a estrutura junto ao Convento de Santo António ruiu devido à obra de um prédio vizinho. Empresa promete intervenção rápida.
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Passados oito meses do aluimento de parte de um muro no acesso ao largo do Convento de Santo António, em Portalegre, a situação mantém-se inalterada, apesar da Câmara e a empresa de construção que ali tem em curso uma obra, a Damião & Belo, e que segundo a autarquia esteve na origem da derrocada, estarem prestes a alcançar um acordo para resolver este impasse.
Recorde-se que parte do muro com 15 metros de altura que sustentava o acesso ao largo do Convento de Santo António, onde desemboca a avenida de Santo António, ruiu no dia 1 de novembro, na sequência de vários dias de chuva forte. Não houve vítimas a lamentar porque não havia trabalhadores no prédio em construção, destinado a habitação, que está a nascer paredes meias com o muro, já no limite da avenida.
À data, o acesso ao largo do convento, por aquela via, foi cortado pelos Serviços Municipalizados de Portalegre, pois havia o risco do restante muro cair também, uma vez que a chuva caiu com intensidade durante alguns dias. Os mesmos Serviços que, segundo a empresa Damião & Belo, “abriram uma vala ao longo de parte do muro, com 1,2 metros de profundidade, que não taparam”, tendo a parte do muro que ruiu coincidido com o local onde estava a vala.
Fermelinda Carvalho, presidente da Câmara de Portalegre, reconhece que os Serviços fizeram essa obra, mas que a peritagem revela que “não foi essa a causa do aluimento do muro, mas sim das movimentações da obra do prédio em baixo”. A autarca avançou esta quarta-feira ao JN que, neste momento, “está tudo resolvido, a obra continua a ser feita e o empreiteiro vai refazer o muro”.
Fonte da empresa também garantiu hoje ao JN que “vai fazer sempre parte da solução e nunca do deixar arrastar o problema, até porque é do interesse de todos que isto se resolva o mais rapidamente possível”, de preferência, “ainda no verão, antes de voltarem as chuvas, senão já não se poderá fazer nada até ao verão seguinte”.
Na próxima semana, a empresa vai reunir de novo com a presidente da Câmara e, segundo a mesma fonte, “deverá ficará tudo acertado, quem tem de fazer o quê, e o muro será reposto e reforçado”.
Para já, a Damião & Belo está, segundo a mesma fonte, “a fazer alguns muros de sustentação que teríamos mesmo de fazer, independentemente do que aconteceu. A obra do prédio não ficou afetada, pelo que está em marcha, com medidas de segurança reforçadas, mas sem riscos para os trabalhadores, nem para o investimento que está ali a ser feito”.
Apesar de não ser a zona mais central, é um espaço nobre da cidade, que desemboca nos Cidrais, no largo do Convento de Santo António, instituição religiosa fundada em 1522 pelos franciscanos e que ali se instalou em 1570, em terrenos oferecidos pelo bispo de Portalegre. Teve vários donos e fins, desde fábrica têxtil, a asilo-escola de rapazes e, por último, albergue para doentes mentais. Atualmente pertence a um fundo imobiliário. A igreja deixou há muito de ter culto, mas não passa despercebida a capela que guarda um conjunto icnográfico da morte de Santo António.