Grupo Sonix vai absorver a maioria das trabalhadoras que ficaram desempregadas na Crisof.
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Uma semana depois de ter recebido as cartas de despedimento, a maioria das 110 trabalhadoras da insolvente Crisof recebeu a notícia de que, em breve, poderá voltar ao trabalho. Conceição Dias, administradora do Grupo Têxtil Sonix, com sede em Barcelos, soube da notícia do despedimento das trabalhadoras e, no mesmo dia, contactou o presidente da Junta de Freguesia de Basto São Clemente para perceber se poderia fazer parte da solução.
"Veio ter comigo e estava interessada nesta mão de obra. Levei-a a conhecer o sítio, falou com o pai das antigas patroas, houve uma reunião na sede da Junta com cerca de 80 trabalhadoras e houve condições para um bom desfecho", explicou ao JN Daniel Meireles, presidente da Junta daquela freguesia de Celorico de Basto.
Na semana passada, o encerramento da empresa de confeções Crisof, que empregava 110 trabalhadores, caiu que nem uma bomba na localidade com cerca de 1500 habitantes. "Interessava resolver o futuro das trabalhadoras e o importante é voltar a colocar a fábrica a funcionar", ressalvou o autarca, lembrando que o número de desempregados iria criar um "grave problema socioeconómico".
maquinaria própria
O JN tentou contactar Conceição Dias, da Sonix, mas tal não foi possível até ao fecho desta edição. Contudo, foi possível saber que a têxtil de Barcelos vai colocar maquinaria própria na fábrica celoricense e, no início de maio, deverão estar 60 trabalhadoras em atividade. Número que numa fase posterior deverá chegar aos 74 postos de trabalho. "Se pensarmos que dos 110 alguns já optaram por outras vias, poderemos estar aqui a falar da absorção de quase todas as trabalhadoras que estavam disponíveis", frisou Daniel Meireles.
Aquando dos primeiros contactos, as trabalhadoras desconfiaram que esta solução pudesse tratar-se de algo combinado com as administradoras da empresa insolvente e ficaram reticentes. No entanto, o Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes validou o histórico da Sonix. "É uma empresa credível e cumpridora. As trabalhadoras não querem ligações aos anteriores patrões e isso ficou claro", disse ao JN Francisco Vieira, coordenador do sindicato.
A Câmara Municipal de Celorico de Basto também apadrinhou esta solução e congratulou-se com a "rápida resolução de um problema dramático", colocando-se ao lado da empresa para facilitar a instalação.
GUIMARÃES
Histórica Coelima apresentou-se a insolvência
A histórica fábrica têxtil Coelima, em Pevidém, Guimarães, apresentou-se, na semana passada, a insolvência junto do Tribunal de Guimarães. A decisão visa avançar para um plano especial de revitalização (PER) que possa salvar a empresa, mas a decisão e o destino dos 250 trabalhadores vai ser decidido pelos credores. A empresa diz apenas que "decidiu avançar com o pedido de insolvência, fruto da situação criada pela pandemia, que provocou uma forte redução das vendas e uma pressão sobre a tesouraria insustentável".