Empresa de calçado em Arrifana fecha e manda 140 trabalhadores para o desemprego
O encerramento da fábrica de calçado Factorum Pele, na freguesia de Arrifana, Santa Maria da Feira, deixou no desemprego cerca de 140 trabalhadores. A informação é confirmada pelo Sindicato do Calçado que, desde dezembro, tem vindo a acompanhar e aconselhar quem ali trabalhava.
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“Um dos credores pediu a insolvência e a empresa não se opôs a esse pedido”, explicou, ao JN, Fernanda Moreira, coordenadora do Sindicato Nacional dos Profissionais da Indústria e Comércio do Calçado, Malas e Afins (SNPIC).
Adianta que “cerca de 140 trabalhadores” estão, no dia de hoje, a receber os documentos necessários para recorrerem ao subsídio de desemprego e ressalva que não ficam por pagar “salários nem subsídios”.
De acordo com o sindicato, a insolvência foi “comunicada no dia 29 de dezembro” e “o gestor judicial foi nomeado no dia 4 de janeiro”.
Fernanda Moreira recorda, ainda, que, nos últimos meses, a empresa que se dedica ao fabrico de calçado de senhora e de homem dava já sinais de algumas dificuldades, “mas continuavam a fazer esforços para a manter a funcionar”.
Apesar de alguns dos funcionários estarem perto da idade da reforma, a coordenadora do Sindicato afirma que há também entre os desempregados “jovens e até casais”, que dependiam desta empresa como única forma de sustento.
“Vai ser uma luta muito grande arranjar um novo emprego. Está muito complicado em todo o lado, incluindo no setor do calçado. Já prevíamos este fim. As coisas não andavam muito bem”, afirmou, ao JN, Daniela Correia, de 33 anos, seis dos quais ao serviço da empresa.
“Sentimos muita tristeza com este fim da fábrica. Foi uma vida aqui a trabalhar. Era uma segunda casa para nós”, lamentaram outra duas funcionárias, que pediram anonimato. Com 32 e 38 anos de casa eram das mais antigas da conhecida empresa de Arrifana. “Não vamos deitar a toalha ao chão. Vamos tentar arranjar novo emprego” afirmaram, determinadas.
Ao longo da tarde, os funcionários deixaram as instalações da empresa com expressões de lamento, segurando na mão os documentos que foram entregues pelo gestor judicial e que dão acesso ao subsídio de desemprego.