A empresa de calçado Gabor, sediada em Silveiros, freguesia do concelho de Barcelos, vai avançar com o despedimento coletivo de 222 trabalhadores, dois meses depois de ter dispensado outros 67. A empresa justifica a decisão com o “contexto económico de crise de encomendas e de acumulação e excesso de stocks”.
Corpo do artigo
As cartas de despedimento, com a data de 30 de maio, chegaram às mãos dos trabalhadores como uma bomba. “Para efeitos do n.º3 do artigo 360º do Código de Trabalho, damos-lhe o conhecimento de que é nossa intenção proceder a um despedimento coletivo e de que a/o senhor(a) é um dos trabalhadores abrangidos”, pode ler-se na carta a que o JN teve acesso.
Mais à frente, em jeito de conclusão, a empresa diz que se tornou “necessário reduzir a produção diária e, em consequência, o número de trabalhadores, adequando a capacidade instalada da empregadora às necessidades de trabalho atuais”. Por isso, a gerência da Gabor conclui que “o despedimento de trabalhadores” é “uma medida de gestão adequada, proporcional e racional”.
O setor da produção é o mais afetado, com a dispensa de 193 funcionários, mas também encarregados de montagem, pré-montagem, acabamento e costura. São também despedidos trabalhadores de armazém, logística, métodos e tempos e modelação.
Há trabalhadores com 30 anos de casa que agora ficam sem emprego. Têm cinco dias úteis para designar uma comissão representativa para negociar o despedimento.