Empresa de detergentes apostou no álcool-gel e vendeu 200 mil litros no primeiro ano
Uma pequena fábrica de detergentes, em Esposende, adaptou a produção com a chegada da pandemia e, no primeiro ano, vendeu cerca de 200 mil litros de álcool-gel.
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A Qualiquimica, que atualmente possui apenas cinco trabalhadores, começou a produzir em março de 2020, empurrada pela grande procura do produto, e chegou a dezembro com uma faturação de cerca de meio milhão de euros, só com as vendas de desinfetantes de mãos. Segundo o empresário Miguel Rego, a produção poderia ainda ter sido maior, não fosse a escassez de matéria-prima nos primeiros tempos.
"Já tínhamos o produto, mas em 2019 as vendas eram residuais. Essencialmente para lares de terceira idade. A partir de março de 2020, tivemos de nos adaptar para fazer produções de elevadas quantidades. Só nesse ano, produzimos 200 mil litros", conta, referindo que produtos para higienizar e desinfetar mãos pesaram nesse ano 25% na produção, quando em 2019 "nem 0,1% era".
Após a explosão da procura de álcool-gel e derivados no primeiro ano, em 2021 as vendas começaram a cair. "No ano passado, baixou como era expectável, mas mesmo assim, pesou 12% na nossa produção. E este ano obviamente será ainda menos, talvez dois, três por cento", adiantou o empresário, comentando que, para a fabrica, fundada em 2007 em Viana do Castelo e atualmente instalada na zona industrial de Esposende, o desinfetante de mãos passou de produto praticamente desconhecido do mercado a campeão de vendas.
Agora tem lugar cativo entre os cerca de 200 produtos da Qualiquimica, vocacionada para detergentes das linhas doméstica e industrial, e produtos de manutenção para diversas áreas e tratamento de águas.
Para combater o coronavírus, a empresa, além de fabricar o tradicional álcool-gel, lançou também "um produto de base alcoólica, mas sem o espessante, e um sabonete liquido também desinfetante". Este último, explicou, "não é um produto de secagem rápida, mas é para ser usado para lavagem, como os sabonetes líquidos tradicionais".
A procura destes produtos mantém-se. "Continuamos a vender desinfetante todos os dias, mas a nível de quantidade, claro que já não tem nada a ver com 2021 e muito menos com 2020. É um produto que entrou em gama e, da mesma maneira que vendemos um detergente da roupa, um amaciador, um lava-tudo ou um desengordurante, também vendemos um desinfetante", afirma.
