Uma empresa do concelho de Baião, que opera no ramo da construção e conservação de obras publicas, está disponível para acolher os migrantes marroquinos que esta semana deram à costa na praia de Monte Gordo, em Vila Real de Santo António, no Algarve.
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A disponibilidade foi oficializada na tarde de quinta-feira junto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) por Paulo Portela, administrador da Vialsil.
"Temos falta de mão-de-obra e esses migrantes seriam bem-vindos. Da nossa parte o único problema tem que ver com o facto de um deles ter somente 16 anos e nesse caso face à legislação não podermos empregá-lo", explica Paulo Portela.
O empresário, que atualmente conta com cerca de 70 trabalhadores, entre os quais sete indianos e um vietnamita, pretende avançar para a contratualização de mais mão-de-obra estrangeira. "Não temos possibilidades de competir com os ordenados que os nossos concidadãos auferem no estrangeiro", admite, perante a impossibilidade de "fazer regressar os emigrantes" portugueses a trabalhar no estrangeiro.
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O responsável refuta a ideia de exploração laboral: "Na admissão pagamos mais vinte euros que o ordenado mínimo nacional e damos cartão de saúde e habitação por meio ano", disse. Findo esse período de adaptação o migrante fica responsável por contratualizar habitação. "Isto é, na casa onde está ou noutra que possa arrendar no mercado. O nível salarial vai progredindo até aos 950 euros que é o valor que de momento podemos pagar", acrescenta o responsável.
Refira-se que a Vialsil contratou os serviços de uma empresa de formação, para ao fim de semana, ministrar aulas de português aos migrantes.