<p>A administradora da insolvência da David Valente de Almeida, de Águeda, defende que a insolvência da empresa deve ser declarada culposa. Em causa estão actos de gestão de dois antigos administradores, um dos quais rejeita as acusações.</p>
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A insolvência da David Valente de Almeida, uma empresa metalomecânica de Águeda, deve ser declarada culposa, defende a administradora da insolvência Maria do Céu Carrinho num parecer que enviou ao tribunal para ser apresentado ao Ministério Público.
Em causa está a actuação dos antigos administradores Joaquim Pedro Cayres Valente de Almeida e Maria Manuela Terrível Pinto Barbosa no que diz respeito a eventual má gestão na compra de matérias-primas e na venda de sucatas. Maria do Céu Carrinho aponta como má gestão nas compras, nomeadamente da principal matéria -prima (aço) o facto de terem que ser efectuadas por preços superiores aos da concorrência e desvio de dinheiro proveniente de venda das sobras de matéria-prima (sucatas).
Neste caso, é apontado o exemplo de que, em 2007 e 2008, a insolvente facturou 15,7 e 5,8 toneladas de aço inox quando, na expectativa de facturação para o número de peças vendidas seria de 133 e 136, 8 toneladas. Também o aço era comprado a uma empresa espanhola de que é sócia Maria Manuela Pinto Bastos e Pedro Miguel Alves Gomes, responsável pelas compras da David Valente de Almeida. Segundo o parecer da administradora de insolvência, as compras eram efectuadas a uma empresa italiana e depois facturadas à empresa espanhola que as debitava à firma aguedense com um preço acrescido.
Joaquim Pedro Valente de Almeida, ex-administrador da David Valente de Almeida (renunciou ao cargo na última assembleia de credores e foi substituído por Joaquim Magalhães, proposto pela Segurança Social), permanece na empresa como director geral, segundo disse ao JN.
"É tudo mentira. É apenas um parecer que está baseado em pressupostos". "Foram apresentadas três testemunhas mas uma recusou-se a prestar depoimento e as outras duas foram despedidas por mim", disse Pedro Cayres de Almeida, para quem tudo não passa de "uma vingança". "Hoje voltaria a despedi-los e mais rápido", disse. "Ainda não fui notificado e, por isso, não me posso defender das calúnias. Até lá, estou inocente", frisou.